Na quinta-feira passada, por 17 votos a 11, a CPI do Cachoeira rejeitou a proposta de convocação de Cabral. O governador do Rio chamou a atenção da comissão por sua amizade com Fernando Cavendish Soares, sócio controlador da Delta, empreiteira com a qual seu governo fechou contratos de pelo menos R$ 1,49 bilhão. A empresa também tem obras em outros Estados, além de tocar investimentos federais. Imagens de Cabral e Cavendish em viagens ao exterior, divulgadas no blog do deputado federal Anthony Garotinho (PR-RJ), foram usadas para mostrar a proximidade do peemedebista com o empreiteiro, cuja empresa é investigada por ligações com o bicheiro Carlos Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Uma operação de bastidores salvou Cabral de ser convocado. Seus colegas Marconi Perillo (PSDB-GO) e Agnelo Queiroz (PT-DF), porém, foram convocados.
Cabral disse ter certeza "absoluta" de que o governo federal, como os de Estados e municípios onde houver obras da Delta, tomarão providências para que a população não seja prejudicada. "Dou autonomia aos secretários, os secretários estão avaliando tudo isso, obviamente, mas por enquanto não tivemos nenhuma solução de continuidade. A não ser aquele pronunciamento da empresa, que formalizou a saída do Maracanã", declarou.
O governador também garantiu que vai participar da campanha eleitoral de 2012 para a prefeitura da capital - devido à crise que enfrenta por causa do caso Cachoeira, já se especula que sua participação seria discreta, para não "contaminar" o prefeito Eduardo Paes, candidato à reeleição. "Eu subi (no palanque eleitoral de Paes) em 2008 e subirei em 2012. Claro que limitado ao tempo que me limita o cargo de governador. Mesmo para a minha reeleição, tive restrições legais para realizar campanha, em função do tempo que a lei exige. Mas evidente que, nos finais de semana, fora do horário de trabalho, estarei como eleitor e como militante entusiasmado pela reeleição do Eduardo Paes", afirmou.