Apontado como um "fio desencapado" tanto pelos aliados como pela oposição, o ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) Luiz Antonio Pagot transformou-se, aparentemente, em persona non grata na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira. Como o ex-filiado ao PR faz denúncias que atingem governistas e oposição, cerca de duas dezenas de requerimentos de convocação de Pagot estão paradas na CPI à espera de votação. E a tendência é que eles não saiam tão cedo da gaveta.
"O Pagot está desesperado para falar. Dizem que ele é um fio desencapado, então, que ele fale", afirmou Taques. Opinião não compartilhada pelo senador Ciro Nogueira (PP-PI), ao defender que a CPI se dedique agora a analisar os dados com as quebras de sigilo de envolvidos com o esquema ilegal do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. "A CPI está numa fase que só fala em convocação. Ela deveria se preocupar em apresentar alguma coisa nova, que ainda não tenha sido revelada pela Polícia Federal", disse Nogueira, que também integra a CPI.
Ex-filiado ao PR, partido que perdeu o Ministério dos Transportes há cerca de um ano debaixo de denúncias de irregularidades, Luiz Antonio Pagot acusou, em entrevistas às revistas Época e Istoé, o PT e o PSDB de usarem o governo federal e o de São Paulo para bancar as campanhas da petista Dilma Rousseff e do tucano José Serra à presidência da República nas eleições de 2010.
Em entrevista à revista Época, Pagot contou que o alto escalão do PT pediu auxílio para conseguir doações de empresas que tinham contratos com o Dnit para a campanha de Dilma. Para a Istoé, o ex-diretor do Dnit acusou os tucanos de desviar dinheiro da obra do Rodoanel, em São Paulo para abastecer o comitê do tucano José Serra. As acusações, não provadas, foram negadas.