O depoente e testemunha Walter Paulo de Oliveira Santiago afirmou, na manhã desta terça-feira, durante sessão da CPMI de Cachoeira, que não tem relação pessoal com o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e que exigiu que o pagamento pela compra da casa de R$ 1, 4 milhão fosse feito ao proprietário ou a representante do dono - no caso, o próprio tucano. “O negócio sempre foi intermediado pelo ex-vereador Vladimir Garcez (PSDB), na melhor forma legal”, disse Walter. Ele afirmou ter pago o imóvel a Garcez - acusado de integrar a quadrilha do bicheiro Carlinhos Cachoeira - e a Lúcio Fiúza em julho deste ano, em notas de R$ 50 e R$ 100, e não em três cheques do sobrinho do bicheiro, Leonardo Almeida Ramos, como revelou a investigação da Polícia Federal (PF). Foi nessa casa que o contraventor foi preso pela PF, em fevereiro deste ano.
Walter destacou ainda que fez a compra com investimentos da empresa idealizada por ele, a Mestra, que atua no ramo de compra e venda de imóveis em Goiás, mas com a intenção de repassá-la à filha, como presente de casamento. No entanto, se confundiu em relação à maneira como recolheu o dinheiro para efetuar o negócio. Em princípio, Walter disse não se lembrar da origem dos R$ 1, 4 milhão, porém, em seguida, disse que a quantia foi sacada da Faculdade Padrão. Outro ponto delicado diz respeito ao fato de o depoente se apresentar como administrador da empresa, embora o nome dele não conste na razão social da Mestra.
A testemunha disse ainda que, antes de garantir a posse do imóvel, o mesmo foi usado por uma amiga de Garcez, no final de 2011. "Não importei porque não estava precisando da casa", alegou.
Ele aproveitou a oportunidade para elogiar o desempenho do governador de Goiás na área da educação do estado, a partir de bolsas-universitárias. "Nunca estive no Palácio das Esmeraldas, não tenho relações com o governador. Fui candidato a vereador no partido de oposição, fomos vizinhos em um condomínio e nunca frequentamos a casa de um ou outro", defendeu-se.
Na ocasião, Walter autorizou o relator da CPMI, deputado Odair Cunha (PT-MG)a quebra dos sigilos bancário e fiscal da Mestra.