A Delta detinha dois lotes do serviço de limpeza, o que correspondia a cerca de 70% do mercado no DF. Na varrição, os inspetores constataram que a empresa recebia o dobro do que deveria. O pagamento era feito conforme a quilometragem varrida. Em vez de medi-la pelo leito da rua, a contagem era feita pelo meio-fio na ida e na volta. Em outras palavras, uma mesma via era medida duas vezes. Os pagamentos indevidos, somente entre abril e dezembro de 2010, somaram R$ 9,5 milhões.
Os inspetores também encontraram irregularidades em outros serviços, como o recolhimento de entulho. A pesagem era feita apenas na entrada do caminhão no aterro sanitário, e não na saída, tornando impossível atestar quanto material, de fato, havia sido levado ao local. No ano passado, a balança quebrou e a medição foi feita no “olhômetro” por três meses, dando margem a mais fraudes. Documentos que registram o volume de carga recolhida tinham indícios de que haviam sido forjados.