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Estado de Minas

Ex-diretor do Dnit diz que quer falar à CPMI do Cachoeira

Luiz Antônio Pagot tem sido considerado como um depoente que pode ajudar a esclarecer questões relacionadas a participaçaõ de agentes políticos com Cachoeira, além de irregularidades da Delta nos estados


postado em 08/06/2012 14:25 / atualizado em 08/06/2012 15:09

O ex-diretor do Dnit disse que está a disposição para prestar depoimento à CPMI(foto: Valter Campanato/ABr)
O ex-diretor do Dnit disse que está a disposição para prestar depoimento à CPMI (foto: Valter Campanato/ABr)
Brasília - O ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) Luiz Antonio Pagot disse nesta sexta-feira que “está à disposição” da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira para prestar depoimento. Existem pelo menos nove requerimentos para a sua convocação que ainda não foram apreciados pelo plenário da CPMI. Alguns deputados e senadores querem que esses requerimentos sejam pautados na próxima reunião administrativa da comissão, marcada para quinta-feira.

“Estou no interior, mas ao inteiro dispor da CPMI para prestar depoimento”, disse Pagot, em entrevista. Ele evitou falar sobre quem tem interesse em impedir seu depoimento. “Não quero falar sobre isso. Só quero mesmo dizer que estou inteiramente à disposição da CPMI para prestar esclarecimentos.”

Na opinião do senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), Pagot tem muito a contribuir com a comissão. “Ele teria que falar de imediato, pode dar detalhes sobre as relações que existem nos bastidores entre as empreiteiras e os governos estaduais”, destacou o senador. “Estamos perdendo tanto tempo com quem não quer falar. Por que não ouvir quem quer?”, questionou.

O depoimento de Pagot passou a ser considerado urgente por alguns integrantes da comissão, após ele ter denunciado o uso de verbas públicas para formação de caixa 2 de campanhas eleitorais em São Paulo. A denúncia foi feita em entrevista à revista IstoÉ, na qual ele se referiu a um suposto esquema de desvio de verba na obra do Rodoanel para as campanhas de José Serra à Presidência e de Geraldo Alckmin ao governo paulista em 2010. Pagot também disse, em entrevista à revista Época, que contrariou interesses do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, que está preso em Brasília, e da Construtora Delta quando estava à frente do Dnit.

Pagot foi afastado do cargo de diretor-geral do Dnit após uma série de denúncias de corrupção no órgão, que derrubaram ainda o então ministro dos Transportes Alfredo Nascimento (PR-AM) e abriram uma crise política entre o PR e a presidente Dilma Rousseff. Alfredo Nascimento reassumiu o cargo de senador após deixar a Esplanada dos Ministérios.

O senador Randolfe Rodrigues criticou a posição do relator Odair Cunha (PT-MG) de não pautar os requerimentos de convocação. “Tudo que tem interface com a Delta tem sido sobrestado. Esses pedidos de convocação fazem parte de um conjunto de outros requerimentos que não são colocados para serem apreciados. Não tenho como avaliar de outra forma a não ser a intenção de blindagem da Delta”, disse o senador.

O líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), também é a favor da ida de Pagot à CPMI. Ele destacou que, no primeiro dia de trabalho da comissão, apresentou um requerimento de preferência de votação e cobrou do presidente, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), a apreciação do texto. Segundo ele, o presidente se comprometeu a colocar o pedido em análise na próxima reunião. “Não pedi só a vinda do Pagot como testemunha, mas também a do ex-presidente da Delta Fernando Cavendish”, acrescentou Álvaro Dias.

O deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) disse que na próxima segunda-feira a bancada do PT na Câmara se reunirá para deliberar sobre esse assunto e outros relacionados à CPMI. “Se o relator for a favor, eu também serei”, disse Vaccarezza. “A princípio eu acho que não deveríamos chamá-lo, porque fugiria do foco da CPMI. Mas, se ele quer comparecer para esclarecer alguma coisa, tem todo direito”, completou.

A reportagem tentou falar, por telefone, com o relator da CPMI, deputado Odair Cunha, e com o presidente Vital do Rêgo, no entanto, ainda não obteve retorno.


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