A empresa é apontada pela Polícia Federal como um dos braços do esquema de corrupção que levou à prisão o empresário goiano Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. O esquema também envolveria parlamentares, entre eles o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), que hoje enfrenta um processo de cassação de mandato movido pelo Conselho de Ética do Senado.
“Pedi ao TCU todos os contratos que envolvam a Delta, inclusive os relacionados às obras no Rio de Janeiro. Já os contratos do Dnit envolvem várias gestões e não só a do Pagot”, destacou Álvaro Dias.
De posse desse material, o parlamentar acredita que os requerimentos de convocação apresentados pela oposição na CPMI terão mais embasamento e dificultarão qualquer movimento com o objetivo de preservar pessoas, inclusive o empresário Fernando Cavendish, presidente afastado da Delta.
O senador tucano informou, ainda, que pretende na segunda-feira reunir os técnicos para avaliar em que pé está a análise dos contratos recebidos do TCU. “O pessoal está trabalhando e o importante é verificar os aditivos feitos aos contratos. A estratégia da Delta era bem clara. Apresentar um preço bem baixo nas licitações e apresentar, depois, uma série de aditivos aos contratos reajustando os preços”.
O presidente do Democratas (DEM), José Agripino Maia (RN), disse que o seu partido não participa dessas análises. Ele considera mais importante, agora, o ordenamento dos trabalhos pelos deputados e senadores que atuam na CPMI.
A avaliação de José Agripino é que de nada adiantaria para a comissão o depoimento de Pagot sem que antes os parlamentares tenham os contratos estabelecidos pela Delta pormenorizados. “Se Pagot vier à CPMI sem que os parlamentares tenham avaliado os contratos e as quebras de sigilos , ele vai falar o que quiser sem qualquer possibilidade de contraponto”.