A preocupação do governo é não adiantar as polêmicas em que estaria disposto a ceder aos congressistas, até para não transformá-las em pontos de partida das negociações, o que forçaria o Planalto a ampliar as concessões ao Congresso. Habilidoso, o ministro não passou recibo do puxão de orelhas transmitido pela assessoria da presidente.
"Pedi à minha assessoria que corrigisse qualquer notícia dizendo que eu teria afirmado que haveria negociação do Código Florestal", explicou Mendes Ribeiro Filho, ao lembrar que comentara apenas sobre o grande número de emendas parlamentares à MP que trata do assunto. Indagado sobre a rispidez do Planalto desautorizando-o a falar sobre negociações, em lugar de apenas esclarecer que o Código Florestal nem sequer havia sido tema da conversa do ministro com a presidente, Mendes Ribeiro não se alterou.
"Vai ver que era só para esclarecer, mas o assessor estava mal humorado", ironizou. "Não vou me incomodar com isto de jeito nenhum, até porque não conversei com a presidenta sobre Código e não sou eu quem tem que fazer a negociação política", completou.
Para o ministro, a "etapa da Agricultura no Código Florestal já passou e o ministério cumpriu seu papel". Mendes concorda com o Planalto no entendimento de que o governo deseja que "as coisas tenham seu curso natural e que "quem negocia é quem negocia, e quem articula é quem articula. Não eu" Segundo ele, o que o governo tinha de se manifestar, já o fez na MP. Agora, cabe ao Congresso falar. "E não falará a não ser pela área política do governo."