O recurso tão esperado para dar alívio ao caixa faz parte do Programa de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf), lançado há dois anos pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O plano da direção do HC é usar parte dessa verba para quitar parcela de suas dívidas. O Hospital das Clínicas é totalmente público e vive com os recursos repassados mensalmente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Há ainda, segundo Antônio Ribeiro, doações para investimentos captadas junto à iniciativa privada.
O grande problema financeiro do hospital, de acordo com o diretor, só será resolvido no dia em que o governo federal assumir a folha de pessoal. Isso porque, dos 3.706 funcionários, apenas 1.664 são concursados e têm os salários pagos pela União. Os demais são terceirizados via Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep) ou autônomos, cuja folha soma R$ 6 milhões mensais e é custeada integralmente pelo próprio hospital. “O fato de o hospital ter que pagar por uma força de trabalho que teria que ser paga pelo governo federal traz uma grande deficiência de verba”, diz.
Ainda não há previsão de concurso público, e a promessa é que o governo federal vá incorporar essa mão de obra por meio da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), cuja lei criadora foi sancionada pela presidente Dilma Rousseff em dezembro. Dessa forma, a própria União ficaria responsável pelos salários do grupo. Com a economia, os planos do HC é melhorar a infraestrutura e aumentar o número de leitos. Atualmente são 503, entre vagas para adultos, crianças e recém-nascidos, número que poderá saltar para 600.