Para não passar a impressão de que usaria servidores da máquina como claque pessoal, Perillo orientou os secretários estaduais e presidentes de empresas estatais a permanecerem em Goiás. Se, por um lado, ele quer passar a impressão de que “é imprescindível para o estado”, também justificou que a administração não pode parar por conta de uma “falsa crise”. Mas orientou as lideranças na Assembleia a seguirem com ele para Brasília. “Se os deputados vão assistir à CPI, é uma iniciativa política deles, o governador não pediu nada a ninguém”, esquivou-se um assessor pessoal de Perillo.
No fim da tarde de ontem, um grupo de estudantes e professores da rede pública invadiu a Assembleia Legislativa para protocolar um pedido de impeachment contra Perillo. Portando buzinas que lembravam sons de caminhão, eles fizeram uma algazarra no vão central da Assembleia e acabaram sendo contidos pelos seguranças. Conseguiram, no entanto, entregar o documento na Procuradoria Parlamentar.
Deputados e senadores que acompanharam o inquérito afirmam que o governador tem dois pontos-chaves para explicar aos integrantes da CPI hoje: a venda da casa na qual o bicheiro Carlinhos Cachoeira foi preso em 29 de fevereiro, durante a Operação Monte Carlo, e o suposto pagamento de R$ 90 mil para o jornalista Luiz Carlos Bordoni, que fez a campanha eleitoral de rádio em 2010. Bordoni afirmou que parte desses recursos, depositados na conta da filha dele, veio das empresas fantasmas de Carlinhos Cachoeira.
Opositores do governador acham, inclusive , que essa talvez seja a parte mais comprometedora para ele, pois envolveria diretamente a campanha de Perillo que o conduziu a mais um mandato à frente do governo goiano. “Mesmo assim, ele ainda pode encontrar brechas, alegando crime eleitoral”, disse um especialista no assunto.