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Estado de Minas

Caravana goiana no Congresso para apoiar Perillo


postado em 12/06/2012 08:33

Aliados e opositores do governador Marconi Perillo prometem fazer hoje um barulho enorme enquanto o tucano estiver depondo na CPI criada para investigar as relações do bicheiro Carlinhos Cachoeira com políticos, empresários e funcionários públicos goianos. Mais de 20 deputados estaduais, incluindo os três que blindam Perillo em uma CPI aberta na Assembleia Legislativa, viajaram ontem à tarde para Brasília com a missão de prestar solidariedade ao governador. Já estudantes e professores pegarão a estrada na manhã de hoje, depois de protocolarem um pedido de impeachment contra o governador de Goiás.

Perillo desapareceu de todas as agendas públicas desde quinta-feira, preparando-se para o depoimento de hoje. Segundo assessores, o tucano reuniu documento e recibos para tentar provar que vendeu a casa para o ex-vereador Wladimir Garcez por R$ 1,4 milhão, divididos em três cheques: R$ 500 mil, R$ 500 mil e R$ 400 mil. A versão confirma o depoimento que Garcez deu à CPI, alegando que teria pego os três cheques com o ex-diretor da Delta no Centro-Oeste Cláudio Abreu. No entanto, contraria a versão do empresário Walter Paulo Santiago, que diz ter comprado a casa com dinheiro em espécie.

Para não passar a impressão de que usaria servidores da máquina como claque pessoal, Perillo orientou os secretários estaduais e presidentes de empresas estatais a permanecerem em Goiás. Se, por um lado, ele quer passar a impressão de que “é imprescindível para o estado”, também justificou que a administração não pode parar por conta de uma “falsa crise”. Mas orientou as lideranças na Assembleia a seguirem com ele para Brasília. “Se os deputados vão assistir à CPI, é uma iniciativa política deles, o governador não pediu nada a ninguém”, esquivou-se um assessor pessoal de Perillo.

No fim da tarde de ontem, um grupo de estudantes e professores da rede pública invadiu a Assembleia Legislativa para protocolar um pedido de impeachment contra Perillo. Portando buzinas que lembravam sons de caminhão, eles fizeram uma algazarra no vão central da Assembleia e acabaram sendo contidos pelos seguranças. Conseguiram, no entanto, entregar o documento na Procuradoria Parlamentar.

Deputados e senadores que acompanharam o inquérito afirmam que o governador tem dois pontos-chaves para explicar aos integrantes da CPI hoje: a venda da casa na qual o bicheiro Carlinhos Cachoeira foi preso em 29 de fevereiro, durante a Operação Monte Carlo, e o suposto pagamento de R$ 90 mil para o jornalista Luiz Carlos Bordoni, que fez a campanha eleitoral de rádio em 2010. Bordoni afirmou que parte desses recursos, depositados na conta da filha dele, veio das empresas fantasmas de Carlinhos Cachoeira.

Opositores do governador acham, inclusive , que essa talvez seja a parte mais comprometedora para ele, pois envolveria diretamente a campanha de Perillo que o conduziu a mais um mandato à frente do governo goiano. “Mesmo assim, ele ainda pode encontrar brechas, alegando crime eleitoral”, disse um especialista no assunto.


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