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Estado de Minas

Marconi Perillo nega proximidade com Cachoeira e diz estar sendo injustiçado

Durante seu depoimento, o governador de Goiás disse que em mais de 30 mil horas de gravação feitas pela Polícia Federal foi registrada apenas uma ligação dele para o contraventor, o que não caracteriza nenhum laço de proximidade


postado em 12/06/2012 12:00 / atualizado em 12/06/2012 13:23

O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), disse em depoimento a CPI do Cachoeira que está sendo “vítima dos fatos distorcidos” e negou quaisquer irrelugaridades em seu governo. O tucano aproveitou a sessão para ressaltar avanços de sua administração frente ao governo goiano. Incisivo, Perillo ressaltou que não tem proximidade com o Carlos Augusto de Almeida Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira. “Nunca mantive relação de proximidade com Carlos Augusto Ramos”, afirmou. Para ele, as gravações feitas pela Polícia Federal comprovam que não há ligação com o contraventor. “São 30 mil horas de gravações, três anos de gravações e não há nenhuma ligação dele para mim. Apenas uma ligação minha para ele por ocasião de seu aniversário. Se ele era uma pessoa próxima, era natural que ele tivesse acesso ao meu telefone particular”, completou.

Perillo começou sua fala por volta de 10h30, cerca de 15 minutos após o horário previsto inicialmente. Aparentando calma e atento à leitura de sua defesa, o governador falou por cerca de 1 hora e 45 minutos ininterruptamente. Ele disse não há qualquer ato que tenha beneficiado ou sugira qualquer beneficiamento ao grupo de Cachoeira. Ele disse que compareceu à CPI para "restabelecer a verdade dos fatos". "Estou sendo vítima de todos esses acontecimentos deflagrados pela Operação Monte Carlo", afirmou. Perillo lembrou que solicitou de "forma voluntária" o pedido de abertura do Ministério Público Federal contra ele e também esteve na CPI para se colocar à disposição para depor.

Sobre a venda da casa onde o contraventor foi preso, Perillo disse que se sente arrependido de ter vendido o imóvel. “Se eu soubesse que a venda dessa casa geraria tanto desconforto eu nem pensaria e vender essa casa e continuaria morando nela”, lamentou, emendando que se encontrou com Cachoeira apenas uma vez em um jantar. Ainda segundo Perillo, para quitar o imóvel ele recebeu três cheques e que, em nenhum momento, negociou diretamente com o bicheiro. “Quando a casa foi colocada à venda, em anúncio de classificados, Wladimir [Garcez - ex-vereador] entrou em contato e manifestou interesse. Fez a oferta e acertamos valor de R$ 1,4 milhão. Ele deu três cheques. Os cheques foram todos compensados”, disse. “Não me preocupei em verificar quem eram os emitentes dos cheques”, completou.

No momento de lavrar a escritura de venda do imóvel no cartório, porém, o governador soube que Garcez não tinha conseguido recursos para ficar com a casa e repassou o imóvel então para o empresário do ramo educacional Walter Paulo Santiago. Em depoimento anterior, o ex-vereador disse à CPI que era funcionário de Cachoeira e do ex-diretor da Delta Cláudio Abreu. Garcez disse à comissão que os três cheques foram pegos com Abreu.

O governador de Goiás afirmou, citando depoimento de Garcez, que enviou um representante para fazer a escritura do imóvel em favor de Walter Paulo, na presença do ex-vereador. Walter Paulo disse, também, que pagou a casa milionária em dinheiro vivo. Perillo, contudo, afirmou que não pode ser responsabilizado por negociações feitas posteriormente com uma casa que já tinha sido vendida por ele.


Com agências


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