Perillo começou sua fala por volta de 10h30, cerca de 15 minutos após o horário previsto inicialmente. Aparentando calma e atento à leitura de sua defesa, o governador falou por cerca de 1 hora e 45 minutos ininterruptamente. Ele disse não há qualquer ato que tenha beneficiado ou sugira qualquer beneficiamento ao grupo de Cachoeira. Ele disse que compareceu à CPI para "restabelecer a verdade dos fatos". "Estou sendo vítima de todos esses acontecimentos deflagrados pela Operação Monte Carlo", afirmou. Perillo lembrou que solicitou de "forma voluntária" o pedido de abertura do Ministério Público Federal contra ele e também esteve na CPI para se colocar à disposição para depor.
Sobre a venda da casa onde o contraventor foi preso, Perillo disse que se sente arrependido de ter vendido o imóvel. “Se eu soubesse que a venda dessa casa geraria tanto desconforto eu nem pensaria e vender essa casa e continuaria morando nela”, lamentou, emendando que se encontrou com Cachoeira apenas uma vez em um jantar. Ainda segundo Perillo, para quitar o imóvel ele recebeu três cheques e que, em nenhum momento, negociou diretamente com o bicheiro. “Quando a casa foi colocada à venda, em anúncio de classificados, Wladimir [Garcez - ex-vereador] entrou em contato e manifestou interesse. Fez a oferta e acertamos valor de R$ 1,4 milhão. Ele deu três cheques. Os cheques foram todos compensados”, disse. “Não me preocupei em verificar quem eram os emitentes dos cheques”, completou.
No momento de lavrar a escritura de venda do imóvel no cartório, porém, o governador soube que Garcez não tinha conseguido recursos para ficar com a casa e repassou o imóvel então para o empresário do ramo educacional Walter Paulo Santiago. Em depoimento anterior, o ex-vereador disse à CPI que era funcionário de Cachoeira e do ex-diretor da Delta Cláudio Abreu. Garcez disse à comissão que os três cheques foram pegos com Abreu.
O governador de Goiás afirmou, citando depoimento de Garcez, que enviou um representante para fazer a escritura do imóvel em favor de Walter Paulo, na presença do ex-vereador. Walter Paulo disse, também, que pagou a casa milionária em dinheiro vivo. Perillo, contudo, afirmou que não pode ser responsabilizado por negociações feitas posteriormente com uma casa que já tinha sido vendida por ele.
Com agências