A presidente Dilma Rousseff reservou parte da agenda ontem em Belo Horizonte para uma espécie de retribuição de favor à mineradora Vale. A sucessora de Luiz Inácio Lula da Silva visitou as obras do viaduto ferroviário no Bairro Boa Vista, Região Leste da capital. A empresa, concessionária da Rede Ferroviária Federal (RFFSA), e a União brigam na Justiça para saber de quem seria a responsabilidade pelos investimentos na obra. No entanto, a Vale, privatizada em 1997, decidiu bancar o projeto antes do fim do processo.A construção do viaduto foi incluída no programa de revitalização da malha da Região Metropolitana de Belo Horizonte entre os bairros General Carneiro, em Sabará, e Horto, na capital, orçado em R$ 215 milhões. O dinheiro será descontado nas parcelas que a Vale paga à União pela concessão da malha.

O viaduto vai acabar com a passagem de nível da Avenida Itaituba, no Bairro Boa Vista, próximo à Avenida dos Andradas, onde é grande o número de acidentes. Conforme dados da assessoria da Vale, diariamente 28 composições, em média com 90 vagões, trafegam pela região, transportando grãos, aço e combustível. A expectativa é de que todo o projeto de revitalização do trecho entre os bairros General Carneiro e Horto, num total de 8,3 quilômetros, esteja concluído em 2014.

O fim da passagem de nível é uma reivindicação dos moradores de 10 bairros da Região Leste. Com a obra, os trens passarão a utilizar o viaduto, enquanto a via inferior continuará servindo ao tráfego de veículos.

A visita às obras do viaduto foi o primeiro compromisso da presidente na capital, por volta das 11h30. Fizeram parte da comitiva da presidente os ministros do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, e dos Transportes, Paulo Sérgio Passos. O governador Antonio Anastasia (PSDB), o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), e o senador Clésio Andrade (PMDB) também estiveram ao lado da presidente.