Conforme Queiroz, a ação foi articulada após ele apertar a fiscalização em cima da Delta que prestava serviços varrição e coleta de lixo. O contrato com o governo do DF, de acordo com Agnelo, foi ganho na Justiça com preço 30% menor do que o oferecido pelos concorrentes no processo licitatório. Ele ainda ressaltou que existe apenas um contrato da construtora com governo, assinado em 2010, durante o término da administração anterior. O petista ainda desafia a comprovarem um só caso de favorecimento a cachoeira ou a empresa Delta. “Eu quero um só caso. Que negocio conseguiram fazer aqui. “
O grupo aqui investigado, a organização aqui investigada, tramou a minha derrubada. E não agiu só. Valeu-se das falsas acusações plantadas no noticiário. Valeu-se de vozes com acesso a tribunas políticas do país. Tudo com objetivo de desgastar e, por fim, me retirar do governo do DF. Hoje fica claro que minha presença nesta CPI é fruto de uma luta política.
Mais de 20 deputados e senadores já estão inscritos para fazer perguntas para o governador. O ex-líder do governo na Câmara Cândido Vaccarezza (PT-SP) afirmou que a expectativa do partido é muito boa. “Não há nada que vincule Agnelo ao esquema de Cachoeira. Não tem cheque na conta, não tem nenhuma ação do governador em conjunto com a organização criminosa”, disse.
Denúncias
Conforme o inquérito da Operação Monte Carlo, a organização de Cachoeira negociava com assessores de Agnelo nomeações no governo, principalmente no Serviço de Limpeza Urbana (SLU), órgão responsável pela fiscalização de contratos da Delta Construções, que detinha 70% do mercado de limpeza no DF. Conforme informações reveladas após os grampos, a relação de nomes foi levada ao ex-secretário de Governo Paulo Tadeu, que reassumiu a vaga de deputado federal. Ele e o titular da Saúde, Rafael Barbosa, teriam se reunido com Cláudio Abreu, ex-diretor da empreiteira no Centro-Oeste, para discutir interesses da empresa.
Integrantes da CPI também pretendem questionar o governador sobre sua gestão como diretor na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão no qual o grupo de Cachoeira também tentou atuar. Gravações mostram que a cúpula do laboratório Hipolabor, de Minas Gerais, recorria a Rafael Barbosa, ex-adjunto do petista na agência, para acelerar demandas de interesse. O governador e seus secretários negam relações com Cachoeira. Dizem que a quadrilha de Cachoeira não conseguiu emplacar seus pleitos no governo.