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Estado de Minas

Em depoimento a CPI, Agnelo diz que foi vítima de esquema para retirá-lo do governo


postado em 13/06/2012 11:09 / atualizado em 13/06/2012 11:54

 

Governador do Distrito Federal presta depoimento à CPI do Cachoeira(foto: Monique Renne/CB/DA Press)
Governador do Distrito Federal presta depoimento à CPI do Cachoeira (foto: Monique Renne/CB/DA Press)


O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), começou a prestar depoimento nesta quarta-feira na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), afirmando que pretende “restaurar a verdade” e que foi vítima de um esquema que pretendia retirá-lo do governo. “Hoje fica claro que minha presença nesta CPI é fruto de uma luta política”,disse. “O grupo aqui investigado, a organização aqui investigada, tramou a minha derrubada. E não agiu só. Valeu-se das falsas acusações plantadas no noticiário. Valeu-se de vozes com acesso a tribunas políticas do país. Tudo com objetivo de desgastar e, por fim, me retirar do governo do DF”, ressaltou. Antes de entrar na sala aonde está instalada a Comissão, Agnelo ficou reunido por mais de uma hora com parlamentares na Liderança do PT no Senado. O petista a chegou à sessão acompanhado de dois advogados, Luís Carlos Alcoforado e José Gerardo Grossi.

Conforme Queiroz, a ação foi articulada após ele apertar a fiscalização em cima da Delta que prestava serviços varrição e coleta de lixo. O contrato com o governo do DF, de acordo com Agnelo, foi ganho na Justiça com preço 30% menor do que o oferecido pelos concorrentes no processo licitatório. Ele ainda ressaltou que existe apenas um contrato da construtora com governo, assinado em 2010, durante o término da administração anterior. O petista ainda desafia a comprovarem um só caso de favorecimento a cachoeira ou a empresa Delta. “Eu quero um só caso. Que negocio conseguiram fazer aqui. “

O grupo aqui investigado, a organização aqui investigada, tramou a minha derrubada. E não agiu só. Valeu-se das falsas acusações plantadas no noticiário. Valeu-se de vozes com acesso a tribunas políticas do país. Tudo com objetivo de desgastar e, por fim, me retirar do governo do DF. Hoje fica claro que minha presença nesta CPI é fruto de uma luta política.

Mais de 20 deputados e senadores já estão inscritos para fazer perguntas para o governador. O ex-líder do governo na Câmara Cândido Vaccarezza (PT-SP) afirmou que a expectativa do partido é muito boa. “Não há nada que vincule Agnelo ao esquema de Cachoeira. Não tem cheque na conta, não tem nenhuma ação do governador em conjunto com a organização criminosa”, disse.

Denúncias

Conforme o inquérito da Operação Monte Carlo, a organização de Cachoeira negociava com assessores de Agnelo nomeações no governo, principalmente no Serviço de Limpeza Urbana (SLU), órgão responsável pela fiscalização de contratos da Delta Construções, que detinha 70% do mercado de limpeza no DF. Conforme informações reveladas após os grampos, a relação de nomes foi levada ao ex-secretário de Governo Paulo Tadeu, que reassumiu a vaga de deputado federal. Ele e o titular da Saúde, Rafael Barbosa, teriam se reunido com Cláudio Abreu, ex-diretor da empreiteira no Centro-Oeste, para discutir interesses da empresa.

Integrantes da CPI também pretendem questionar o governador sobre sua gestão como diretor na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão no qual o grupo de Cachoeira também tentou atuar. Gravações mostram que a cúpula do laboratório Hipolabor, de Minas Gerais, recorria a Rafael Barbosa, ex-adjunto do petista na agência, para acelerar demandas de interesse. O governador e seus secretários negam relações com Cachoeira. Dizem que a quadrilha de Cachoeira não conseguiu emplacar seus pleitos no governo.


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