Apesar de ter recebido somente há dois dias a responsabilidade da coordenação dos próximos passos para que a obra saia do papel – conforme previsto no termo de compromisso assinado entre a presidente e o governador Antonio Anastasia –, o órgão vem estudando desde o ano passado alternativas para o trecho de 27 quilômetros que atravessa Belo Horizonte e liga algumas das principais avenidas da cidade. “Somente o projeto executivo que será elaborado nos próximos meses vai definir mais detalhes sobre os trabalhos, mas esse levantamento já aponta quais os principais problemas do corredor e as alternativas mais viáveis para solucioná-los”, ressalta Veloso. Os detalhes sobre as desapropriações a serem feitas nas margens do Anel também só serão confirmados quando o projeto estiver pronto. O DER-MG acredita que cerca de 3,5 mil família teriam que ser retiradas para dar espaço às vias marginais.
Entre as intervenções a serem priorizadas nas negociações do governo de Minas com a empresa que ficará responsável pela obra está a eliminação de alguns trechos considerados perigosos para os motoristas. Isso será possível com a ampliação de viadutos já existentes – criação de terceira faixa – e a construção de vias marginais ao longo de todo o Anel, evitando que os motoristas sejam obrigados a voltar para a pista principal mesmo tendo como destinos bairros vizinhos à via. “Qualquer motorista que passa pelo Anel hoje percebe que em alguns cruzamentos, principalmente com as vias principais, existem gargalos complicados. São nesses trechos que se torna fundamental refazer a infraestrutura, garantindo maior segurança”, afirma Veloso. A sinalização também será um dos pontos principais do novo Anel, com foco na segurança viária com os padrões máximos.
Impacto
Segundo o diretor de projetos do DER, também será considerado peça fundamental para a elaboração do projeto executivo um estudo sobre o impacto que vai acontecer no trânsito local durante as obras. As alternativas para impedir que a cidade fique completamente paralisada por todo o período de obras serão negociadas com a empresa que vencer a licitação. “Não há como realizar uma obra como essa sem gerar transtornos para os motoristas, uma vez que as interrupções serão necessárias. Mas, com um plano funcional bem elaborado, vamos conseguir reduzir esse impacto. Podemos, por exemplo, priorizar a construção de vias marginais, para que o tráfego tenha opção ao longo da via. Também serão levantados os desvios mais viáveis”, diz Roger Gama Veloso. Ele explica que em alguns trechos considerados mais importantes para o bom fluxo do trânsito no Anel as obras deverão ser feitas em etapas para que não ocorram interdições totais.