Em abril, o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Pereira, chegou a mencionar que o governo tinha “plano B e plano C” para os casos de interrupção ou atraso nas obras da Delta. A ordem, avisou, era iniciar imediatamente uma nova licitação, chamando o segundo ou terceiro colocados no processo licitatório.
Dos 103 contratos sob comando da Delta, 99 foram assinados com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), 2 com o Ministério da Defesa, 1 com a Integração Nacional e 1 com a Valec, a estatal que cuida das ferrovias.
Os valores dos contratos, de acordo com a CGU, totalizam R$ 3,6 bilhões. Destes, R$ 1,6 bilhão já foi repassado à Delta - que está sendo investigada no Congresso pela CPI do Cachoeira. Há fortes indícios de que a Delta tinha uma parceria com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, pelo menos no Centro-Oeste. A CPI quebrou os sigilos fiscal, bancário e telefônico da empresa em todo o País.
A Delta era, até o início da CPI, a empreiteira com o maior número de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Recebeu do governo federal, de 2007 até a revelação do escândalo R$ 4,13 bilhões. A empresa tinha obras em 23 Estados e no Distrito Federal. Sua atuação era mais forte no Rio de Janeiro, onde tem sede, e em Goiás. Um contrato que termina em 21 de novembro de 2013, por exemplo, trata das vias paralelas à rodovia GO-060, que liga Brasília a Goiânia.
O governo não assinava mais contratos com a Delta desde abril, quando a CGU iniciou o processo que culminou com a declaração de inidoneidade. A partir daquele mês houve licitações em que a Delta saiu vencedora e não foi contratada.