Em quase 40 minutos de discurso, Erundina admitiu que relutou em aceitar a proposta de compor a chapa petista. "Confesso que não foi uma decisão fácil, que relutei muito em aceitá-la", ressaltou. Segundo ela, a resistência não ocorreu por causa do candidato, mas porque ela não queria deixar seu trabalho na Câmara dos Deputados. "Concluí que não seria menos importante colaborar com as eleições de São Paulo", emendou. Ela destacou ainda que aceitou o desafio não para atender um desejo pessoal, mas por aceitar uma tarefa colocada pelo partido.
Erundina fez elogios ao ex-ministro da Educação e se referiu a ele como "um jovem" que já foi testado "nos dois melhores governos deste País (Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff)". Em suas palavras, Haddad disse que tem muito a aprender com sua nova companheira de chapa, uma pessoa que simboliza, segundo ele, "garra, ética e decência". Haddad ressaltou também a capacidade de renovação da deputada federal. "Luiza nunca parou de se renovar. Ela é a jovem Luiza que continua perseguindo a justiça social", disse Haddad, que durante o discurso chegou a embargar a voz. Além de Haddad, sua mulher, Ana Estela, chegou a chorar no discurso de Erundina. "Ouvir a Erundina fala muito ao coração da gente. Para mim é histórico, é a união de dois tempos históricos", afirmou Ana Estela.
O governador Eduardo Campos alegou que a decisão do PSB de apoiar a candidatura de Haddad em São Paulo obedece a um projeto político que liga o seu partido ao plano nacional. Campos garantiu ainda que o partido está unido em torno da candidatura de Haddad. "O PSB não vem a este ato pela metade, vem convencido de uma decisão política."