A versão mais recente do documento final apresentada pelos negociadores brasileiros anteontem prevê discussão até 2014 dos chamados “meios de implementação”, a ajuda aos países mais pobres. Esse debate, delegado a uma comissão de representantes de governos, vai considerar até mesmo a mobilização de recursos privados e não apenas dos orçamentos de governos, diz o texto, que abandona a proposta de criação imediata de um fundo de US$ 30 bilhões anuais, defendida pelo grupo de países em desenvolvimento.
Dilma Rousseff aposta no estabelecimento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável a partir de 2015 como principal resultado da Rio%2b20. Essa proposta - ainda sem detalhamento das metas e dos temas em torno dos quais os países se comprometeriam - foi lançada informalmente nos fóruns internacionais pelo próprio governo brasileiro no início do ano passado, como forma de dar uma roupa nova à defesa do desenvolvimento sustentável, 20 anos depois da Eco-92.
A proposta de declaração final apresentada pelos negociadores brasileiros economiza palavras ao tratar os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. Diz que eles não poderão ser muitos deverão considerar as diferentes realidades nacionais e respeitar as políticas e prioridades locais. O detalhamento virá segundo a proposta, até 2014.
O rascunho do discurso da presidente Dilma para quarta-feira vai um tom além do adotado no início da conferência, na semana passada. Na ocasião, Dilma afirmou que sustentabilidade não se faz “só em momentos de desenvolvimento econômico”. O recado trabalhado com mais ênfase agora é que a crise não pode ser usada como pretexto cruzar os braços.