Na sede do Ministério das Relações Exteriores em Brasília, cerca de 250 funcionários estão sem trabalhar. No entanto, a maioria dos Oficiais de Chancelaria e Assistentes de Chancelaria, cerca de 300, está no Rio de Janeiro para a Conferência Rio%2b20, e só deve parar a partir da semana que vem - o sindicato dos servidores se comprometeu a não atrapalhar a realização da conferência, da qual participarão mais de uma centena de chefes de Estado.
Também há paralisações em postos do Itamaraty nos estados. No Paraná e em Minas Gerais, por exemplo, as representações foram fechadas porque mesmo os diplomatas lotados nas seções aderiram à greve. Já em Brasília e nos postos no exterior, o movimento está centrado basicamente entre os oficiais e assistentes de chancelaria, que têm as maiores reivindicações. Na sede do ministério, os diplomatas que continuam trabalhando dizem que ainda não dá para saber o impacto da paralisação. Com mais da metade dos servidores no Rio de Janeiro, os dias anteriores à greve já estavam bastante complicados.
Até agora, o Ministério do Planejamento nem mesmo marcou uma reunião com os servidores. Nesta terça, o SindItamaraty, que representa diplomatas, oficiais e assistentes de chancelaria, reuniu-se com a secretaria-geral do MRE, que se propôs a manter aberta uma mesa de negociações e levar algumas das reivindicações ao Planejamento.
O MRE não se comprometeu com as reivindicações salariais da categoria. Os oficiais, que hoje recebem R$ 6,3 mil, querem passar para a segunda categoria, com salários de R$ 12.960 - o que recebe hoje um diplomata em início de carreira.