O ministro do Desenvolvimento, da Indústria e do Comércio, Fernando Pimentel, que estava no hotel Windsor, evitou comentar o episódio. "Este é assunto dos paulistas e eu sou mineiro", desconversou, brincando.
De acordo com um dos ministros ouvidos pela reportagem, não era esperada essa reação de Luíza Erundina. Até o início da noite de ontem, todos achavam que a deputada, apesar de descontente, não deixaria a chapa e acabaria se entendendo com Haddad, apesar de Maluf. Achavam que as críticas iniciais estavam registradas e que, aos poucos, ela absorveria a necessidade da aliança, em função do tempo de TV e do eleitorado que ele representa.
Ontem, o ministro-chefe da Secretaria Geral, tentou justificar a necessidade da aliança com Maluf , alegando que "daqui a pouco isso vai estar diluído na campanha e esta questão vai ser superada muito rapidamente". Gilberto Carvalho justificou ainda que essa aliança com Maluf teria um impacto inicial, mas que seria logo superado. Para o ministro, "não dá para dizer que Maluf é um exemplo só do mal". "Ele tem um trabalho em São Paulo também, tem uma base que tem de ser respeitada." E emendou: "Não podemos subestimar o Maluf e precisamos levar em conta que ele tem uma grande base em São Paulo."
Pouco antes, em entrevista durante a Rio%2b20, Carvalho explicou que a aliança com o PP de Paulo Maluf apenas repete a ligação que já existe no governo federal. "Não estamos cometendo nenhuma heresia do ponto de vista da política", declarou. "Nós não estamos abrindo mão de uma vírgula do nosso programa de governo e não houve nenhuma imposição por parte do PP para nos apoiar. Se houvesse alguma coisa programática, aí sim seria uma incoerência." Para Carvalho, "o importante é quem está dando o tom e neste caso de São Paulo é a candidatura do Fernando Haddad a semelhança do programa o governo federal". Mas o fato é os petistas estão com muita dificuldade de explicar esta aliança com um inimigo histórico do partido.