Como o grupo de Cachoeira tinha o auxílio de aproximadamente 40 agentes, entre policiais civil, federais e militares, a abordagem foi vista pelo magistrado, ex-delegado da PF, como uma "nítida ameaça velada". Depois disso, relatou o magistrado, seus pais lhe telefonavam inclusive para saber se podiam ir ao mercado.
"Naturalmente que o juiz deu as razões dele. Disse que se sentia cansado, se sentia realmente extenuado e que gostaria de sair", afirmou Eliana Calmon. Mantê-lo no processo depois de tudo, disse ela, seria um "ato de desumanidade". "Eu entendo que sai não por fragilidade, não por covardia, não porque ele esteja com medo. Ela sai porque ele quer efetivamente descansar disso tudo, dessa notoriedade", afirmou.
Paulo Moreira Lima já havia indicado ao CNJ, em março, que suspeitava de possíveis ameaças. Ele afirmou para a Corregedoria que integrantes do grupo sabiam da existência da operação e estavam movimentando a máquina que tinham à disposição na tentativa de minar as investigações.
Um dos aliados de Cachoeira, Olímpio Queiroga, foi flagrado em conversa telefônica tratando da operação antes de deflagrada. Queiroga, ressaltou o magistrado, "é mencionado em dez inquéritos policiais decido a crimes diversos, é acusado de homicídio, contém quatro armas registradas em seu nome, além de ter sido citado na CPI do Narcotráfico".
Participaram da reunião desta quarta o ex-corregedor do Tribunal Regional Federal da 1ª Região Cândido Ribeiro, o presidente da Associação dos Juízes Federais (Ajufe), Nino Toldo, e o juiz federal Leão Aparecido Alves, que herdaria o comando do processo mas que se declarou suspeito por ter ligações pessoais com investigados.