O presidente da Câmara encarou com naturalidade a brecha dada pelo texto para que servidores ganhem mais que deputados federais, senadores, ministros do STF, presidente da República e vice. “Acho que um funcionário público que se aposentou pelo teto e é requisitado para prestar um serviço ao Estado tem que receber alguma remuneração a mais, senão ele vai trabalhar de graça ou por caridade”, argumentou.
Parâmetro
Ao contrário de Marco Maia, diversas entidades criticaram o que consideram o fim do teto do funcionalismo. O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, disse que é preciso haver um parâmetro de salários para evitar desvios. “A proposta é um retrocesso para a gestão pública em relação ao que se pretendeu quando o teto foi instituído, que era moralizar os vencimentos dentro de todos os poderes”, ressaltou.
De acordo com o diretor de Comunicação da Confederação dos Servidores Públicos do Brasil (CSPB), Alexandre Marcus, apesar de defender incondicionalmente a categoria, a entidade ainda vai analisar a proposta para se posicionar. “Mas no geral essa PEC, além de quebrar a harmonia entre os poderes, não leva em consideração a base salarial nos estados”, comentou. “Ela vai desestabilizar os governos federal e estaduais e os municípios, que não terão como encaixar tudo isso no orçamento.”