Para justificar o pedido de perícia, Kakay, como é conhecido o advogado, sustenta que houve manipulação nos áudios pela Polícia Federal, com trechos de gravações que fugiriam ao contexto, prejudicando Demóstenes.
A defesa também alega, desde o início do processo, serem ilegais as gravações de conversas telefônicas entre Demóstenes e o contraventor Carlinhos Cachoeira e tenta, no Supremo Tribunal Federal (STF), a anulação dos áudios. Conforme o advogado, o senador, por ter foro privilegiado, não poderia ter sido investigado sem a autorização do Supremo.
O advogado de Demóstenes reconhece que a votação de hoje no Conselho de Ética será política, mas argumenta que, por se tratar de um julgamento, não pode fugir de ritos e procedimentos regimentais e constitucionais.
Reunião decisiva
A reunião desta segunda do Conselho de Ética será iniciada com a leitura do relatório de Humberto Costa (PT-PE) sobre processo com base em denúncia do PSOL de que Demóstenes teria favorecido organização criminosa comandada por Carlinhos Cachoeira.
Após a leitura do relatório, o presidente do conselho, senador Antonio Carlos Valadares (PSB - SE), concederá a Demóstenes vinte minutos, prorrogáveis por mais dez minutos, para apresentação de sua defesa. A palavra então volta ao relator, para leitura do voto, pedindo ou não a cassação do senador por Goiás.
Na sequência, Valadares abre a fase de discussão do parecer, dando a cada um dos 16 integrantes do conselho dez minutos para suas considerações, podendo também haver manifestação de senadores que não integram o colegiado. Ao final, Demóstenes poderá esclarecer pontos da discussão.
Concluída a fase de discussão,Valadares dará início à votação, que será nominal e aberta, com quorum mínimo de nove senadores presentes. O processo se encerra caso o resultado seja pela não cassação.
Caso os senadores do conselho decidam pela perda de mandato, o processo segue para a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), para exame de aspectos constitucional, legal e jurídico, no prazo de até cinco sessões ordinárias. O processo então vai ao Plenário, onde será decidido em votação secreta.