Jornal Estado de Minas

PSB de Lacerda tenta escapar à pressão para fazer coligação

O PSB, do prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, está em uma saia justa. O motivo do constrangimento é a coligação com os partidos aliados para definição da chapa de candidatos a vereador. Prova disso é o adiamento por uma semana da plenária que vai discutir qual o melhor caminho a seguir. O encontro foi remarcado para amanhã, na sede da Associação dos Funcionários Fiscais de Minas Gerais, no Bairro Funcionários. O principal dilema dos socialistas é escolher entre PSDB e PT.
Outras legendas também pressionam pelo mesmo objetivo – PDT, PR, PSD e PMN –, mas a principal escolha do PSB implica contrariar dois importantes aliados, que já avisaram que não se misturam. De um lado, o PT, que já abriu mão de candidatura própria e ofereceu em troca o candidato a vice na chapa de Lacerda, que tentará a reeleição. De outro, o PSDB, amparado por um cabo eleitoral de peso: o senador Aécio Neves, liderança inquestionável nas últimas disputas eleitorais ocorridas na capital mineira.

“A intenção é não escolher. Temos dificuldades em fazer isso”, admite o presidente do Diretório Municipal do PSB, João Marcos Lobo, conselheiro técnico da Secretaria Municipal de Governo. Pressionado pelos candidatos do partido a vereador, que temem ver reduzidas suas chances de manter a bancada atual de três vereadores se houver coligação com petistas ou tucanos, o PSB quer mesmo é sair sozinho.

O presidente municipal do PT e vice-prefeito de BH, Roberto Carvalho, faz as contas e diz que, coligado com o PSB, o partido vislumbra eleger de seis a oito vereadores. Sozinho, entre três e cinco parlamentares. Carvalho afirma que, caso sejam preteridos, os petistas vão criar caso. A começar pelo nome do partido escolhido em encontro municipal como candidato a vice de Lacerda, o deputado federal Miguel Corrêa Jr. A indicação ainda depende de homologação em convenção marcada para dia 30.

Diante da ameaça, João Marcos avisa: “A aliança nacional do PT com o PSB não envolve só a coligação para vereador em Belo Horizonte”.

Os tucanos fazem questão de barrar a possibilidade de os petistas aumentarem o número de vereadores na capital, já pensando nos futuros desdobramentos para a disputa eleitoral de 2014. A direção da legenda também fez suas contas. O presidente municipal, deputado estadual João Leite, informa que os tucanos deverão eleger seis candidatos, em vez de dois, se disputarem sozinhos. Para ele, é uma questão para os socialistas decidirem sem pressão. "Está faltando resolver apenas a problemática dos arestosos (sic)", alfineta ele, se referindo ao grupo do PT que apoia Roberto Carvalho. O vice-prefeito defendia candidatura própria do partido e foi derrotado no encontro municipal.