O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), omitiu à CPI do Cachoeira a compra de um novo imóvel durante o período em que negociava a venda de sua casa no condomínio Alphaville, em Goiânia, na qual o contraventor Carlinhos Cachoeira foi preso meses depois. A movimentação financeira para essa outra aquisição está registrada nos extratos da conta bancária do tucano, que, no depoimento à comissão, não mencionou a transação.
Questionado pela reportagem, Perillo nega-se a dar detalhes sobre o tipo, o valor total e a localização do imóvel, alegando tratar-se de uma “questão particular”. Os extratos bancários mostram que, a 6 de abril, dois dias após receber o segundo cheque de Cachoeira, Perillo pagou parcela de R$ 200 mil do novo bem. Em julho, depois de receber o último pagamento pela venda da casa, sacou R$ 200 mil em espécie da sua conta. Um mês depois depositou valor idêntico na conta.
Por meio do seu advogado, Antônio Carlos de Almeida, o Kakay, o governador afirmou que o imóvel adquirido está declarado no Imposto de Renda. A reportagem não encontrou registros do imóvel nos cartórios de Goiânia.
Sobre o saque em espécie, Kakay informou que Perillo retirou o dinheiro para comprar outro imóvel porque o vendedor queria receber em espécie. “Como o negócio não deu certo, ele voltou a depositar o dinheiro em sua própria conta”, afirmou o advogado. A negociação para a venda da casa para Cachoeira foi feita pelo assessor especial de Perillo, Lúcio Fiuza, que depõe hoje na CPI do Cachoeira.