O presidente da CPI do Cachoeira, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), abriu na manhã desta terça-feira a sessão para tomar o depoimento de Lúcio Fiúza Gouthier, ex-assessor especial do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). Fiúza é considerado peça-chave pela comissão para desvendar o envolvimento de Perillo com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
O jornalista Luiz Carlos Bordoni disse que o pagamento de R$ 45 mil foi feito na conta de sua filha Bruna pela Alberto e Pantoja, empresa controlada, segundo a Polícia Federal, por Cachoeira. Segundo Bordoni, que desde 1998 fez a campanha de rádio do governador, a operação foi comandada por Fiúza. O governo goiano afirmou desconhecer a dívida e diz que a empresa não pagou nenhuma despesa de campanha de Perillo.
O ex-assessor, que deixou o cargo no início do mês, também participou da venda da casa do governador, suspeita de ter sido comprada no ano passado com recursos do esquema de Cachoeira. Ele atuou como uma espécie de procurador de Perillo.
Silêncio duplo
Em outra decisão, também tomada ontem, o ministro Cezar Peluso também garantiu direito a silêncio de Écio Antônio Ribeiro. Ele é um dos sócios da empresa Mestra Administração e Participações, em nome da qual a casa do governador foi registrada em um cartório em Trindade (GO). Ainda depõe nesta terça-feira o arquiteto Alexandre Milhomen, que trabalhou na reforma da residência. Alexandre, porém, não entrou com habeas corpus no Supremo.