A casa, avaliada em R$ 1,4 milhão, foi paga com três cheques de uma empresa que tem como sócio um dos sobrinhos de Cachoeira, Leonardo de Almeida Ramos. À CPI, Perillo negou saber quem havia comprado a casa, tendo transferido toda a negociação para o ex-vereador Wladimir Garcez (PSDB). O relator poderá sugerir ao final dos trabalhos que indicie Perillo pelo crime de perjúrio, quando alguém mente em um depoimento.
Para Odair Cunha, outra prova da transação é a de que a mulher de Cachoeira, Andressa Mendonça, contratou o arquiteto Alexandre Milhomem para trabalhar no projeto de decoração da casa. O arquiteto recebeu R$ 10 mil em cinco parcelas, uma das quais paga com recursos da Alberto e Pantoja, empresa do esquema do contraventor.
O relator da CPI questionou ainda o fato de Cachoeira ter gasto R$ 500 mil para mobiliar uma casa somente para habitá-la por alguns meses. O arquiteto afirmou à comissão que Andressa disse a ele que o casal iria morar lá provisoriamente.
Cunha disse que não será obrigatória a volta de Perillo à CPI. Segundo ele, a comissão vai buscar "meios de prova para desmontar a tese aqui desenhada". O relator observou que, se tivesse interesse em esclarecer o fato, Lúcio Fiúza Gouthier, ex-assessor especial do governador goiano, não teria pedido um habeas corpus para permanecer em silêncio nesta terça na comissão. Fiúza participou da negociação da venda da casa de Perillo.