Para não perder tempo, Eunício Oliveira indicou o senador Pedro Taques (PDT-MT) para ser o relator do pedido de cassação na CCJ. Mais uma derrota para Demóstenes Torres. Em várias oportunidades, Taques já declarou que vai votar a favor da perda de mandato do senador. No fim da tarde de ontem, após aceitar o convite, ele informou que tomará cuidado para que todos os trâmites legais sejam devidamente respeitados.
Em silêncio
Na tarde de ontem, o senador goiano pegou todo mundo de surpresa. Fez uma aparição relâmpago no plenário do Senado. Chegou, cumprimentou alguns colegas, marcou presença, participou de uma votação e foi embora rapidamente. Na saída, ao ser abordado por jornalistas, repetiu o mantra que tem proferido desde que surgiram as primeiras denúncias: “Falem com o meu advogado”. Ele deixou o plenário pelo acesso privativo.
O relatório apresentado no Conselho de Ética por Humberto Costa, que agora vai ser apreciado na CCJ, foi aprovado por unanimidade. Foram 15 votos a favor do pedido de perda de mandato. A votação foi nominal e aberta. Na CCJ, os membros vão analisar os aspectos constitucionais e jurídicos da questão.
Versão de Perillo é contestada
O relator da CPI do Cachoeira, deputado Odair Cunha (PT-MG), está convencido de que o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), mentiu em seu depoimento ao colegiado, no dia 12, e não descarta uma nova oitiva do chefe do Executivo goiano. A convicção veio após a sessão de ontem, quando a CPI ouviu o arquiteto Alexandre Milhomem. Ele afirmou que o bicheiro gastou R$ 500 mil em decoração da casa que pertenceu a Perillo e onde o contraventor Carlos Augusto Ramos, Carlinhos Cachoeira, foi preso, em fevereiro. A oposição acusou Cunha de direcionar os trabalhos da CPI para comprometer ainda mais o governador tucano. Para o relator, ficou claro que o imóvel foi vendido por Perillo diretamente ao bicheiro e não ao ex-vereador de Goiânia Wladimir Garcez, como o governador sustenta. “Alguém gastaria cerca de R$ 500 mil numa reforma de uma casa emprestada?”, questionou Cunha.