Jornal Estado de Minas

Prefeito de Uberaba é indiciado por envolvimento em fraude na compra de medicamentos

De acordo com a Policia Federal, Anderson Adauto (PMDB) será autuado criminalmente por participação em esquema de fraude em licitações

Marcelo Ernesto - Enviado especial a Curitiba
O prefeito de Uberaba, Anderson Adauto (PMDB), foi indiciado pela Polícia Federal por envolvimento em um esquema de fraude e superfaturamento em licitação para compra de medicamentos. O prefeito prestou depoimento por cerca de três horas em uma delegacia da PF na cidade, localizada no Triângulo Mineiro. De acordo com a PF, além do prefeito, foram indiciados outras cinco pessoas que faziam parte da comissão especial de licitação, além de empresários ligados a empresa Home Care Medical, acusada de operar o sistema que superfaturava verbas vindas do Ministério da Saúde. O valor do prejuízo aos cofres públicos é cerca de R$ 5 milhões.
Adauto chegou à delegacia por volta das 16hs e só saiu próximo às 19hs. Conforme a PF, embora o líder do Executivo negue a participação no esquema, o envolvimento dele teria sido comprovado através de perícia, documentação e o depoimento de testemunhas. Agora o caso será encaminhado para o Ministério Público Federal (MPF) e para o Tribunal Regional Federal da 1° Região (TRF-1).

Em sua defesa, o prefeito alegou que, diferentemente do que afirmou o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) na Ação Civil Pública (ACP), houve e “economia de R$ 195 mil aos cofres da Prefeitura”. Ainda segundo Adalto, o processo licitatório em que a empresa Home Care foi vencedora obedeceram todas as exigências da Lei das Licitações. “O que importa é que no balanço final o resultado é de economia e não de prejuízo ao Poder Público. Quero crer que no campo judicial vamos provar essa lógica”, disse.

Sobre a perícia feita pela PF, A advogada que acompanhou o prefeito durante o depoimento, Roberta Toledo Campos, afirmou que o procedimento considerou apenas o o itens pagos a mais. Segundo ela, o correto seria no balanço geral das compras ter sido avaliado os medicamentos com preços a maior e a menor em relação ao preço de mercado, para se constatar se houve prejuízo na compra global. “Neste aspecto não houve prejuízo porque em relação ao preço de mercado a PMU economizou R$ 231 mil e deduzindo-se R$ 35 mil do suposto prejuízo houve ainda uma economia de R$ 196 mil”, justificou.