Os prefeitos dos municípios não produtores reclamam também de uma outra proposta incluída pelo relator do grupo de trabalho que discutiu a renegociação dos royalties na Câmara, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), que criaria um fundo para estados e municípios equivalente à receita de 2011 corrigida pela variação do preço do barril de petróleo. “Essa regra tira quase R$ 2 bilhões do valor destinado aos outros municípios já no ano que vem. Espero que os deputados, que conhecem a situação difícil de muitas prefeituras e sabem a importância que os royalties representam, cumpram com o que foi combinado e não adiem mais ainda essa votação”, cobrou Ziulkoski.
O texto que está pronto para ser votado no plenário da Câmara foi entregue pelo Senado no fim do ano passado e, além das duas propostas criticadas pelos não produtores, teve a adição de um item defendido pelos prefeitos que inclui a saúde como uma das áreas que devem ser beneficiadas com os recursos arrecadados com os royalties do petróleo. Já a divisão entre os entes da federação prevê que os estados produtores recebam 22% do total arrecadado com royalties e os municípios produtores fiquem com 5%. Para os não produtores, seriam criados dois fundos com 24,5% dos valores obtidos com os royalties, sendo um para municípios e outro para os estados. Aqueles mais afetados com a exploração no litoral receberiam 2% da quantia arrecadada e o restante, de 22%, ficaria para a União.
O tema ainda enfrenta forte oposição dos principais estados produtores (Rio de Janeiro e Espírito Santo) e, segundo o coordenador da frente parlamentar em defesa da democratização dos royalties, deputado Alceu Moreira (PMDB-RS), será preciso uma mobilização dos parlamentares para que o tema seja votado na próxima semana. “Essa proposta que está para ser votada não é o que gostaríamos e achamos mais justo com todos os estados e municípios, mas é uma proposta possível, que reduz um pouco as diferenças, e por isso acho que ela pode sim ser levada ao plenário. A manutenção de um privilégio até mesmo para daqui a 10 anos aos ditos produtores permanece, mas poderemos apresentar emendas ao texto quando for levado ao plenário”, afirmou Moreira.