Os partidos aliados do governo na CPI não devem, no entanto, permitir a aprovação da convocação do ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) Luiz Antônio Pagot. Os governistas alegam que Pagot não tem ligação com o esquema de Cachoeira e, por isso, não há motivos para sua ida à CPI. Há duas semanas, os governistas impediram a convocação tanto de Cavendish quanto de Pagot. Na ocasião, o adiamento da convocação de Cavendish foi aprovado por margem apertada de votos: 16 a 13. A de Pagot foi por 17 a 13.
Com a provável aprovação da convocação do empresário, os integrantes da CPI esperam dar uma injeção de ânimo nos trabalhos da comissão. Esta semana foi considerada perdida pela CPI, pois a maior parte dos depoentes optou por ficar calada. E, os que falaram, pouco acrescentaram às investigações.
Ao longo da semana, a CPI serviu mais uma vez para palco de disputa política entre PT e PSDB. Os tucanos acusam o relator Odair Cunha de ser "parcial", ao afirmar que há provas de que integrantes do governo do tucano Marconi Perillo (Goiás) integravam o esquema criminoso de Cachoeira. Já os petistas alegam que o PSDB quer tapar o sol com a peneira ao não aceitar o envolvimento do governo tucano com o contraventor.
'Perseguição'
Ontem, Perillo engrossou o coro dos descontentes com a condução dos trabalhos da CPI por Odair Cunha: o governador se disse vítima de "perseguição política" por parte do relator. Marconi afirmou que Cunha "não pode ser cabo de chicote de ninguém" e tem de agir "como relator isento".
Irritado, Cunha reagiu: "Não vou me intimidar com qualquer tipo de declaração, de qualquer pessoa". E afirmou que "continuará investigando a organização criminosa".
"Infelizmente, esta organização criminosa está no governo de Goiás. Espero do governador que ele colabore com a investigação, que as pessoas que são submetidas às ordens dele ou serviram ao seu governo venham aqui, colaborem conosco e que ele coloque as Polícias Civil e Militar do Estado dele para combater a contravenção. É o que eu espero dele", disse Cunha.