A princípio, Patriota deverá comparecer ao Senado no dia 11 de julho. A data, entretanto, pode ser alterada, dependendo da agenda do ministro. Segundo Dornelles, não caberia ao Brasil e aos países do Mercosul outra decisão se não a de acatar o impeachment votado e aprovado pelo Parlamento do Paraguai e referendado pela Suprema Corte do país.
Para o vice-líder do governo no Senado, Gim Argello (PTB-DF), a posição adotada pelo Mercosul representa uma “ingerência” externa no Paraguai. “Deveriam ter respeitado uma decisão interna do país”, disse Argello.
O presidente do PMDB, Valdir Raupp (RO), concordou com Argello e afirmou que, apesar de não ter havido consulta ao partido, tem certeza que de a maioria da bancada é contra a decisão do Mercosul. Para Raupp, teria sido mais prudente ouvir o Congresso Nacional antes de levar qualquer posicionamento para deliberação com os integrantes do bloco do Mercosul.
Diferentemente dos senadores, líder do governo na Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse que a decisão do bloco foi influenciada pela tese do Brasil de não prejudicar economicamente o Paraguai. “A sanção política do Mercosul é suficiente para mostrar a desaprovação dos países membros com o golpe no Paraguai”, ressaltou Chinaglia.
Fernando Lugo teve o mandato cassado no dia 21 deste mês pelo Congresso do Paraguai em um processou de impeachment que durou 24 horas. Em seu lugar assumiu o vice-presidente Federico Franco, integrante do Partido Liberal Radical Autêntico (PLRA), que estava fora do poder há mais de 70 anos.