A reviravolta foi causada por uma carta enviada à convenção petista pelo PSB em que o presidente municipal, João Marcos Lobo, deixou claro que a legenda “decidiu lançar chapa própria para a eleição dos vereadores”. Até então, a expectativa – e exigência – do PT para se manter na aliança era a composição na briga pelas 41 cadeiras de vereador. A carta foi lida em uma reunião tensa e marcada pela emoção. Os 11 petistas que votaram pela candidatura própria reclamaram de “traição” por parte do PSB e reafirmaram a necessidade de o PT de Belo Horizonte se impor.
A Executiva Nacional do PT se esquivou ontem de comentar o resultado final. A reportagem tentou falar por várias vezes com o presidente nacional do PT, deputado estadual em São Paulo Rui Falcão, sobre a possibilidade de intervenção, mas ele não retornou as ligações. A vereadora Neusinha Santos, aliada de Roberto Carvalho, disse que o diretório municipal teve a garantia do comando nacional de que não intervirá. Membro do diretório nacional, Gleber Naime referendou: “A direção nacional acompanhou o compromisso do PSB de fazer a coligação proporcional. Acho que a nacional não vai intervir”.
Traição
Logo depois da decisão do PT , o deputado federal Miguel Correa Jr., o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Fernando Pimentel, o presidente estadual do PT, Reginaldo Lopes – que haviam comparecido à convenção do PSB que confirmou Lacerda –, e outras lideranças favoráveis à aliança com os socialistas se reuniram. Eles teriam recebido a garantia do governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, de que será revista a decisão da legenda na capital, de forma a assegurar o acordo em torno da proporcional. O processo seria conduzido pelo secretário nacional do PSB, Carlos Siqueira, que desembarca hoje à noite em Belo Horizonte.
Caso contrário, o grupo petista que até então defendia a aliança com Marcio Lacerda promete fazer campanha para Roberto Carvalho, até porque também classificaram a atitude dos socialistas como traição. Na ata da convenção realizada ontem ficou em aberto o nome do candidato a vice-prefeito e a chapa de vereadores. Isso porque o PT ainda vai conversar com lideranças do PRB, PC do B e do próprio PMDB, que já oficializou a candidatura a prefeito do deputado federal Leornardo Quintão. O objetivo do PT é repetir em Belo Horizonte a aliança que elegeu Dilma Rousseff (PT) presidente da República e Michel Temer (PMDB) como vice-presidente. Lacerda não foi encontrado para comentar o rompimento do PT.