Brigas por jingles são comuns. Em Salvador (BA), meca do marketing político, o compositor Gerônimo entrou com ação na Justiça contra o DEM alegando uso indevido do jingle ACM, meu amor, um clássico eleitoral em terras baianas, criado para a candidatura de Antônio Carlos Magalhães ao governo do estado, em 1990. Em 2008, o deputado ACM Neto voltou a usar o jingle e o imbróglio começou. Gerônimo pleiteia R$ 500 mil. O DEM alega ter comprado os direitos autorais da música. A batalha rola na 10ª Vara Cível da Justiça estadual.
A maior parte dos compositores evita falar publicamente sobre seu trabalho. Criação de uma equipe, o jingle do candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo (SP), José Serra, só foi divulgado no dia da convenção que oficializou a candidatura do tucano. Uma adaptação do hit Eu quero tchu, eu quero tcha, o jingle pegou de surpresa os próprios intérpretes da música, a dupla João Lucas e Marcelo. No outro lado da disputa, a equipe do marqueteiro João Santana, responsável pela campanha de Fernando Haddad, também faz mistério sobre o jingle do petista, que chegou a ter uma peça composta exclusivamente para o anúncio de sua candidatura.
Sujeira propagada
Quem observa a sujeira por Belo Horizonte atenta logo para um nome: Bebeto. São centenas de cartazes com a foto de Bebeto e um número de telefone imenso, dizendo que faz camisetas, cartazes, banners e toda sorte de material de campanha. O detalhe é que os últimos cinco dígitos do telefone são destacados e dão a dica de que ali está o número que ele usará para ser candidato a vereador pelo PT. Em outros muros estão apenas o nome Bebeto e o símbolo do PT. Quem tenta ligar para encomendar publicidade para campanha não consegue. O Estado de Minas tentou durante três dias da semana passada falar com Bebeto nesse número, em vão. De acordo com o TRE, até o momento não há nenhum caso de propaganda irregular protocolada no Tribunal.