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Estado de Minas

Proteção digital para relatos de Dilma sobre tortura em Minas


postado em 03/07/2012 06:00 / atualizado em 03/07/2012 07:04

Brasília – A Comissão Nacional da Verdade vai pedir ao governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB), que digitalize os documentos guardados no Conselho de Direitos Humanos do estado (Conedh-MG), com depoimentos e informações sobre a ditadura. Esses arquivos estão empilhados em caixas de papelão e o colegiado teme que eles se estraguem. Nessas caixas, estava guardado o relato da presidente Dilma Rousseff sobre a tortura que sofreu em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira,  revelado pelo Estado de Minas.

Segundo o coordenador da Comissão da Verdade, Gilson Dipp, o intuito é preservar os documentos, que podem ter informações históricas relevantes e não estão acomodados de forma adequada. “(O relato) da presidente a gente já sabe o que é. Mas precisamos que o governo dê um tratamento adequado àquela joia, àquela preciosidade. Pode ser até que não tenha tanta coisa, mas não dá para subestimar. Um laudo, um negócio, que não seja novidade, mas que para a história seja importante”, avalia Dipp. Ele frisa que os documentos são propriedade do Estado mineiro, mas não descarta a possibilidade de solicitar que sejam disponibilizados também no Arquivo Nacional.

O grupo designou a historiadora Heloísa Starling, assessora da comissão e pesquisadora pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), para avaliar o acervo. Segundo ela, além de digitalizar, o ideal seria acondicionar os originais em armários próprios para isso, com controle de umidade e de luz. “O Conedh-MG foi heróico no sentido de conservar esses documentos da melhor maneira possível, mas eles devem ter uma condição melhor, até para serem acessíveis à sociedade, aos pesquisadores e à Comissão da Verdade”, sustenta.

Heloísa e um grupo de 19 estudantes estão conduzindo projetos de pesquisa avaliando os documentos. O grupovai tirar cópias dos arquivos e enviá-las à Comissão da Verdade quando encontrar informações importantes. A historiadora conta que ainda não viu todo o acervo, mas que já pôde perceber que muitas informações inéditas podem sair desses arquivos. “Certamente, os documentos vão trazer informações novas sobre eventos importantes, como a greve de Contagem, o massacre de Ipatinga e a greve de João Monlevade”, diz.

Lula monitorado

Documentos da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) tornados públicos ontem no acervo do Arquivo Nacional abrangem 161 relatórios de monitoramento das atividades de Luiz Inácio Lula da Silva durante o primeiro ano do governo de Fernando Collor de Mello, 1990, poucos meses depois de o alagoano vencer o rival na disputa pelo Palácio do Planalto. Os informes relatam viagens de Lula, reuniões do PT e uma suposta proximidade do petista com a empreiteira Andrade Gutierrez, que teria arcado com despesas de viagem de Lula e cirurgia da filha dele.

 


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