Jornal Estado de Minas

Debandada de 900 petistas da PBH

Alice Maciel Isabella Souto
Cerca de 900 petistas devem deixar a Prefeitura de Belo Horizonte a partir desta terça-feira. Com o rompimento entre PT e PSB em torno das eleições deste ano, o presidente estadual do PT, Reginaldo Lopes, orientou nessa segunda-feira os filiados a entregarem seus cargos ao prefeito Marcio Lacerda. A decisão foi tomada no domingo passado à noite durante reunião da direção estadual do partido com os secretários municipais e chefes das regionais. “No modelo eleitoral que o Marcio Lacerda definiu, o espaço que temos na prefeitura não nos cabe mais”, afirmou Reginaldo Lopes.
Somente no primeiro escalão são cinco secretarias, três regionais e quatro presidências de órgãos da administração indireta. No sábado, ao ser questionado sobre o assunto, Roberto Carvalho disse que é contra a saída dos petistas da administração. “Fomos eleitos democraticamente e não estamos no governo por favor, mas por direito”, argumentou na ocasião. Dessa forma, a expectativa é que pelos menos os indicados por ele permaneçam na administração.

O prefeito Marcio Lacerda desdenhou da postura dos ex-aliados. “Não estou preocupado com isso neste momento”, afirmou nessa segunda-feira pela manhã. De acordo com ele, depois de sábado passado já teve um encontro “tranquilo” com três dos secretários petistas para discutir questões administrativas. Ainda não há uma definição sobre a postura do PT na Câmara da capital, onde integra a base governista.

E o clima promete esquentar hoje na Câmara. Está nas mãos de um petista defender os projetos de interesse do Executivo que estão na pauta da reunião extraordinária. Representante do prefeito no Legislativo, o vereador Tarcísio Caixeta (PT) disse que vai continuar sendo leal ao socialista.

“Como é que eu vou dizer que até sexta-feira os projetos do Executivo eram bons e agora eles são ruins?”, justificou. Ele afirmou que só deixará a liderança a pedido do prefeito ou do seu partido, mas que, até a tarde de ontem, ninguém havia o chamado para conversar sobre o assunto. “Farei com veemência a defesa dos projetos até que nós façamos uma discussão com o meu partido”, ressaltou.