Jornal Estado de Minas

Deputados federais adiam fim de regalia

Brasília – A reação do colégio de lideranças da Câmara dos Deputados ao comentário do líder do PSOL, Chico Alencar (RJ), na reunião dessa terça-feira mostra o quanto a casa está interessada em aprovar a extinção do 14º e o 15º salários dos parlamentares. “No fim, eu comentei que seria bom para nós encerrarmos o semestre votando esse projeto, mas surgiu um silêncio sepulcral, constrangedor, e depois encerraram a reunião”, relata Alencar. Líderes que já se manifestaram publicamente a favor da proposta não estavam presentes e os demais não se manifestaram.
Esse não foi o primeiro momento em que o líder levou o assunto ao colegiado nem o primeiro em que foi ignorado. Chico Alencar registra, no entanto, que a preocupação dessa vez foi maior. “Estamos na penúltima semana antes do recesso, depois vêm eleições e será uma vergonha se esse projeto não for aprovado este ano”, criticou. O temor do deputado tem estado cada vez mais perto de se concretizar.

O projeto de decreto legislativo que enterra os salários extras recebidos há décadas pelos parlamentares continua parado por questões burocráticas. O relator do texto na Comissão de Finanças e Tributação (CFT), Afonso Florence (PT-BA), concluiu o parecer favorável ao fim do benefício, mas ele está em análise na Consultoria Legislativa da Câmara.

A expectativa é que o relatório seja entregue à comissão ainda nesta quarta-feira. Se a entrega for feita até a noite desta quinta-feira ele poderá entrar na pauta do colegiado da próxima quarta-feira, última reunião da CFT antes do recesso. Ainda que chegue a tempo, porém, o parecer vai entrar na fila de propostas emperradas na comissão por causa do projeto de lei 6613/2009, que trata do plano de carreira de servidores do Judiciário. Os próprios integrantes da CFT consideram improvável que alguma proposta seja aprovada.