Após denúncia de fraudes no registro de presença na Câmara Municipal de São Paulo, 42 dos 55 vereadores se disseram a favor de que o comparecimento às sessões plenárias seja registrado apenas por impressão digital. Para a mudança no regimento da Casa, é necessário o aval de 28 parlamentares.
As medidas evitariam, por exemplo, que o painel de presença da Câmara ficasse quase completo quando o plenário está praticamente vazio. Hoje, só há quórum para votações quando há pelo menos 28 parlamentares com presença registrada - em alguns casos, são necessários até 37. Isso permite votações nominais (de projetos de lei) e simbólicas (de projetos de decreto parlamentar, como mudanças de nomes de rua, onde o quórum só é verificado no início da sessão).
O vereador José Police Neto (PSD), presidente da Casa, se disse anteontem favorável às mudanças e prometeu trabalhar "com empenho" por elas. Só o vereador Roberto Tripoli (PV) afirmou ser indiferente ao modo de registro. "Como a Mesa Diretora decidir, eu registro", disse.
Apesar de favoráveis à mudança, o ex-presidente da Câmara Antônio Carlos Rodrigues (PR) e o vereador Chico Macena (PT) afirmam que o sistema de identificação por digitais tem falhas. "Seria preciso liberar alguns casos porque a digital de alguns vereadores simplesmente não entra." O vereador Claudinho (PSDB) é um dos que teriam problemas. "O sistema tem dificuldade de reconhecer minhas digitais, danificadas pela profissão", diz ele que era eletricista.
O terminal ao lado do elevador também causou polêmica. Foi Rodrigues quem aprovou sua instalação quando era presidente (2007-2010). "Na época foi consenso, mas, se quiserem tirar, tanto faz." Já Toninho Paiva (PR) disse que não há necessidade da retirada caso seja adotada a identificação por digital.