As idas e vindas no quadro eleitoral de Belo Horizonte repercutiram, nessa quarta-feira, na Câmara Municipal. O acordo fechado entre PT e PMDB ontem em Brasília causou insatisfação nos vereadores peemedebistas, que sempre mantiveram postura independente – com exceção de Iran Barbosa, que faz oposição –e agora ameaçam debandar para o lado do prefeito Marcio Lacerda. Já o PV, que começou a bater de frente com o Executivo logo depois de Délio Malheiros lançar sua candidatura a prefeito, volta a ser governista. Certo é que Lacerda perdeu da sua base de governo a maior bancada na casa, a do PT, com seis vereadores. O PCdoB, representado pela vereadora Maria Lúcia Scarpelli, também deve abandoná-lo.
Já Iran Barbosa, o vereador que mais atuou nesta legislatura contra Lacerda, ameaçou até retirar sua candidatura: “Do jeito que caminharem as negociações do PMDB, eu prefiro deixar de ser candidato. Não tem a menor chance de eu ir para a base de Marcio Lacerda, mas também não vou caminhar com o PMDB se ele agir com incoerência”.
Ao contrário do PMDB, o PV participou da aliança que elegeu Lacerda em 2008. O partido esteve com ele até o deputado estadual Délio Malheiros (PV) lançar candidatura própria. A partir daí, os vereadores Sérgio Fernando e Leonardo Mattos começaram a atacar o Executivo. O vereador Sérgio Fernando chegou a ter funcionários indicados por ele na prefeitura exonerados depois de tentar dificultar o trâmite de propostas da PBH. Na última reunião extraordinária, terça-feira, Sérgio Fernando foi responsável por prejudicar a votação do projeto de maior interesse do Executivo, o que prevê a construção do Centro de Convenções. “Se o partido decidir caminhar com o prefeito vou seguir juntamente com a legenda. Não vou destoar do conjunto partidário”, ressaltou o vereador.
Liderança
O presidente estadual do PT, deputado federal Reginaldo Lopes, disse que vai orientar o vereador Tarcísio Caixeta (PT) – líder do governo na Câmara – a renunciar. Caixeta voltou a afirmar nessa quarta-feira que só vai tomar uma decisão depois de conversar com Roberto Carvalho e Reginaldo Lopes. “Cada coisa no seu tempo, estou tranquilo”, amenizou.