A CPI do Cachoeira aprovou na manhã desta quinta-feira a quebra de sigilos de quatro pessoas ligadas ao governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). A iniciativa, com o apoio unânime de 24 parlamentares da comissão, tem por objetivo fechar o cerco contra o tucano. Perillo é suspeito de ter tido uma casa comprada e despesas de campanha pagas pelo esquema comandado pelo contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Foram quebrados os sigilos bancário e fiscal de Jayme Rincon, ex-tesoureiro da campanha de Perillo e atual presidente da Agência Goiânia de Transportes e Obras Públicas (Agetop). Convocado para depor na CPI, Rincon ainda não veio porque apresentou atestados médicos. Ele terá de explicar suspeitas de caixa dois na campanha de Perillo e a negociação da venda da casa do governador de Goiás, local onde Cachoeira foi preso em fevereiro. A CPI quebrou também o sigilo de mensagens de celular e telefônico de Lúcio Fiúza Gouthier, ex-assessor especial de Perillo. Assim como Rincon, ele teria feito pagamento via caixa dois para quitar dívidas da campanha do governador goiano. A comissão quebrou ainda os sigilos telefônico e de mensagens de celular de Eliane Pinheiro, ex-chefe de gabinete do governador. Eliane, que ficou em silêncio quando compareceu à CPI no final do mês passado, é acusada de ter repassado informações sigilosas ao grupo do contraventor. O ex-presidente do Departamento de Trânsito (Detran) de Goiás Edivaldo Cardoso de Paula, que não foi localizado pela CPI para depor na última terça-feira, também teve seus sigilos bancário, fiscal, telefônico, de SMS quebrados na sessão desta manhã. Ele teria sido indicado para o cargo por Cachoeira. A comissão já havia quebrado os sigilos bancário, fiscal, telefônico e de SMS de Perillo desde janeiro de 2002. A comissão decidiu agora pedir cópia dos relatórios das Estações de Rádio Base (ERB) do governador de Goiás, nos quais é possível saber por onde ele passou. Esse mesmo pedido foi aprovado para o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT).