O parlamentar disse que não está sendo assegurado a ele o direito à "ampla defesa, ao contraditório e ao devido processo legal". "Se o meu pescoço não servir de abrigo com a espada da mídia, vai se voltar contra a instituição", afirmou ele, para quem não se trata de "má fé, mas da mistura explosiva da pressa com seu aumentativo, a pressão".
Mais uma vez, o senador reclamou do fato de não ter sido permitido a ele fazer perícias nas conversas telefônicas em que ele foi flagrado conversando com Cachoeira. Demóstenes pretende comprovar, com as perícias, que houve edição ilegal dos diálogos. Ele repetiu ter sido investigado ilegalmente pela primeira instância durante as investigações contra o grupo de Cachoeira.
O parlamentar disse que o relator do Conselho de Ética, Humberto Costa (PT-PE), se esforçou para colocá-lo como "protagonista da CPI dos Bingos", que investigou em 2005 as relações de Cachoeira. Ao contrário do que descreveu Costa no seu relatório, Demóstenes disse que só compareceu a 10% dos encontros daquela comissão parlamentar. "Assim se demonstra a tese da 'intensa participação' e sobra apenas a criatividade do romancista inspirado para me colocar em cena", ironizou.
Demóstenes defendeu que está na hora de ouvir Carlinhos Cachoeira, que se recusou a ir ao conselho como testemunha de defesa dele. O depoimento poderia ser por "delação premiada" até mesmo para o contraventor "entregar a quem ele beneficiou". Novamente o senador disse que só teve amizade com Cachoeira, nunca negócios.
No início da sua fala, o parlamentar afirmou que não fez discurso em plenário na quarta-feira, dia da decisão da CCJ, porque logo após as votações em plenário, a sessão foi encerrada. Segundo o senador, pelo regimento da Casa, um parlamentar só pode falar duas vezes por semana. Por já ter discursado na segunda e na terça-feira, ele só poderia se pronunciar ao final da sessão de quarta. Mas nesta quinta ele teve o aval da presidência da Mesa para usar o tempo de dois discursos.