Se o depoente não pedir sigilo, suas declarações serão postas à disposição dos interessados, segundo Rosa Maria. Nos próximos dias a comissão passará a contar também com uma assessoria de imprensa, para facilitar o acesso de jornalistas às ações em andamento.
Na segunda-feira, o jornal O Estado de S.Paulo divulgou reclamações de representantes de entidades de direitos humanos contra o sigilo em torno de depoimentos ouvidos na comissão. "Só fazemos isso quando as pessoas pedem e nós temos interesse em ouvi-las. Quando não se opõem à exposição pública, não temos razão para manter sigilo", observou.
Nos próximos dias os integrantes da comissão vão se reunir com representantes de comitês da memória e da verdade de todo o País que funcionam desde a década de 1980 e são integrados principalmente por ex-presos políticos e familiares de mortos e desaparecidos.
"São grupos estruturados e bem articulados, que já trabalharam intensamente na recuperação da história. Queremos conhecer seu trabalho, para poder ir além", disse Rosa Maria. Na segunda-feira a comissão vai analisar a questão dos depoimentos de jornalistas e historiadores que reuniram documentos sobre a ditadura.
Barrados
Integrantes da Comissão da Verdade foram impedidos ontem de entrar no Arquivo Nacional, em Brasília, por um grupo de servidores em greve.
Os funcionários pedem um plano de carreira e mudanças na gestão da entidade. No fim da tarde, os grevistas decidiram, em assembleia, autorizar a entrada do grupo nesta sexta-feira. Eles vão analisar documentos repassados ao Arquivo nas últimas semanas.