O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT/RS), afirmou nesta sexta-feira que não acredita em prejuízos ao PT em consequência do julgamento do escândalo do mensalão, no Supremo Tribunal Federal (STF). No entanto, Maia advertiu para que o julgamento do caso, às vésperas das eleições municipais no Brasil, não se misture com o debate político-eleitoral. Por essa razão, Maia, que concedeu entrevista em Buenos Aires, onde realiza reuniões de trabalho com o presidente do parlamento argentino, disse esperar um julgamento o mais transparente possível, com dados técnicos, sem politização.
O deputado disse que é preciso diferenciar ambos os processos. "Eleição é uma coisa, onde se discute o projeto municipal e quem é o melhor para administrar; já o julgamento do mensalão é outra coisa, e faz parte do processo histórico de nosso País", afirmou. Maia disse que a população deve saber separar os dois casos, sendo que, no primeiro deles, "o povo brasileiro terá condições de definir quem serão aqueles que vão administrar os municípios, porque é neles onde estão os principais problemas, e onde as pessoas vivem, e onde precisam ser feitas as mudanças e as transformações para melhorar a vida das pessoas".
"O julgamento do mensalão é tão importante que não pode se misturar com o debate político-eleitoral, única e exclusivamente", opinou. Sobre o processo eleitoral, o presidente da Câmara afirmou que sua expectativa é de um bom resultado para a base governista. "Nossa avaliação é de que há um desenho muito positivo, de vitória ampla desses partidos nas principais capitais brasileiras, nos principais municípios, naqueles que têm mais de 200 mil eleitores, o que consolida e fortalece o governo de Dilma Rousseff", afirmou ele, ao ser indagado sobre a conversa que manteve com a presidente Dilma Rousseff, em jantar, na última terça-feira.
Sobre uma possível candidatura da presidente à reeleição em 2014 Maia opinou que "é cedo ainda" para falar do assunto. "Até lá ainda haverá muito debate, muita discussão política a ser ainda realizada. Mas, sem dúvida nenhuma, a presidente Dilma é uma forte candidata à reeleição", reconheceu.
Ele ressaltou que os índices de aprovação popular que Dilma vem apresentando nas pesquisas "são fantásticos". E, em alguns casos "superiores aos índices que o presidente Lula teve nos primeiros anos de seu governo", destacou. Maia comentou também que o ex-presidente Lula "vai cumprir um papel fundamental" nas eleições municipais.
"Eu diria que todo aquele que é candidato é seu próprio cabo eleitoral. Então, os partidos, os candidatos e as propostas são importantes para o projeto. O presidente Lula, como bom militante político, como eu sou militante político, a presidente Dilma é militante política, são participantes ativos desse processo eleitoral", concluiu.