O vereador Fábio Caldeira disparou: “O PT enxergou o poder como fim, queria conquistar mais cadeiras. Se fosse um rompimento programático, a população poderia compreender”. O vereador Alexandre Gomes disparou: houve arrogância do PT. Fomos desrespeitados com essa exigência de chapa proporcional”.
Admitindo ter havido uma reunião na casa de Walfrido Mares Guia, na sexta-feira, 29 de junho, véspera das convenções, da qual participaram Marcio Lacerda e Miguel Corrêa Júnior (PT), João Marcos Lobo afirma que nem naquele encontro a chapa petista foi aberta. Algumas estimativas de vereadores eleitos de cada partido, com ou sem a coligação, teriam sido projetadas, segundo ele, mas sem muito precisão, uma vez que a chapa do não teria sido explicitada.
Às “condições” não cumpridas pelo PT, somavam-se outros problemas, afirma João Marcos Lobo. “O PSDB e todos os outros partidos da aliança questionavam por que o PT teria o privilégio de indicar o vice e ainda ter a coligação proporcional”, disseram.
Além da resistência dos aliados, entre vereadores do PSB e candidatos da legenda à Câmara Municipal, o descontentamento era enorme diante da possibilidade da coligação proporcional com o PT. Em maio, ameaçaram a renúncia coletiva da chapa proporcional caso a coligação com o PT se confirmasse para a Câmara Municipal de Belo Horizonte. A questão era puramente matemática: com uma bancada hoje de três vereadores, os candidatos socialistas contavam com os votos de legenda alavancados por Lacerda para eleger mais dois ou três parlamentares. Se o PT se coligasse, levaria boa parte dessas cadeiras.
Dentro deste contexto, a direção municipal do PSB, deliberou, em 30 de junho, por não se coligar proporcionalmente com o PT. “Fizemos esforços em todos os sentidos para chegarmos a um acordo e reeditarmos a aliança. Apesar da diversidade ideológica, a aliança deu resultados e o governo funcionou muito bem”, afirma João Marcos Lobo.