Depois de passar boa parte da manhã desta segunda-feira sobrevoando São Paulo em um helicóptero, o candidato petista a prefeito da capital paulista Fernando Haddad fez um breve pouso para tomar café expresso com queijo quente em uma padaria de Itaquera, na zona leste. Lá ele falou sobre o lado "pitoresco" da campanha, que já inclui conselhos de realejo e previsões astrológicas. Segundo o candidato, para haver "paz" nos próximos 90 dias "será preciso ter bom humor".
O evento de campanha em Itaquera foi esvaziado. A previsão era de que o candidato fizesse um passeio pelo Parque do Carmo, mas a programação mudou para o café da manhã no bairro. Apesar do céu azul, Haddad alegou que a caminhada foi cancelada em função do mau tempo.
"Eu não acredito. Eu sou cientista" disse, negando que tenha um guru e afirmando que situações curiosas, como previsão astral, dão um toque "pitoresco" à campanha, trazendo temas sobre os quais "a população gosta de conversar". "É gostoso falar dessas coisas também. Não se pode ser sisudo numa campanha, tem de ser bem humorado", acrescentou.
Perguntado sobre temas mais sérios, como as greves de servidores públicos e o aumento das reivindicações sindicais por reajustes salariais, o ex-ministro da Educação do governo Dilma Rousseff preferiu tergiversar. "Esse é um assunto do governo federal", disse, complementando que é "a favor sempre da negociação". Sobre as intenções da Central Única dos Trabalhadores (CUT) de promover protestos contra eventual uso político da votação do processo do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a partir do dia 2 de agosto, Haddad também procurou manter distanciamento. Ao confirmar que prestigiará, às 19h30 desta segunda-feira, a posse no novo presidente da CUT, Vagner Freitas Haddad lembrou que a votação do mensalão "ainda nem começou" e a CUT é uma instituição "autônoma".