No pronunciamento, Demóstenes disse que ultrapassou "uma a uma" todas as barreiras das provas ilegais a partir dos vazamentos criminosos contra ele. Mas logo em seguida fez uma ressalva: falta uma barreira, a votação amanhã na qual o Senado vai escolher, na opinião dele, um futuro de "insegurança jurídica" em que qualquer um "terá de ser eliminado para atender a sanha acusatória", ou um amanhã justo, respeitando-se os direitos dos representados, sem pressa".
"O Senado vai optar pelo devido processo legal, sem pressão, em julgamento baseado em provas, não em campanhas de danos contra senadores", acredita o senador, no mais curto discurso da série, de apenas 10 minutos, para uma plateia de apenas 10 senadores.
Demóstenes disse que nada do que foi dito por ele no pronunciamento do dia 6 de março foi comprovado. Na ocasião, ele admitiu ser amigo de Cachoeira, mas negou ter negócios com o contraventor. "Não se trata de ser cassado amanhã, trata-se de defender a própria honra, de manter límpida uma biografia escrita com esforço, estudo e disciplina", afirmou.
O senador afirmou que é preciso voltar ao "curso normal" dos trabalhos. "Junto com Vossas Excelências, tenho ainda muito a contribuir com esta Casa e vou perseverar nos estudos e nas pesquisas para aprimorar a elaboração de proposições e relatórios. Agora sobrevivente de uma atrocidade sem precedentes me sinto mais maduro para legislar", disse.
Segundo Demóstenes, ao custo de "lágrimas", "dor", "sono" e "saúde", chega "limpo com uma carreira de ações transparentes". Ao final, ele disse que a perseguição vai ser derrotada e os pais, seu Avelomar e dona Luzia, mencionados pela primeira vez nos discursos, continuarão tendo a certeza de que permanece limpo o nome da família.