O senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) chegou ao Senado Federal para a sessão plenária que vai decidir se seu mandato será cassado ou não. Ele chegou pela garagem e não falou com a imprensa. Demóstenes é acusado de usar o mandato para defender os interesses do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Os líderes partidários e parlamentares poderão se pronunciar, se quiser. Em seguida, Demóstenes deverá apresentar a sua defesa por até 30 minutos. A partir daí será realizada a votação secreta, cujo resultado será divulgado em painel eletrônico.
Se o mandato de Demostenes for cassado, ele só poderá se candidatar em 2027.
Sem explicações
Após quatro meses de denúncias graves sem explicações convincentes, pedidos públicos de perdão e sete discursos seguidos desde a última semana para tentar salvar o mandato, chegou o dia de Demóstenes enfrentar o plenário do Senado Federal. Nesta quarta-feira, os senadores selam, em sessão aberta e votação secreta, o destino político do homem acostumado a apontar o dedo da "ética" para colegas envolvidos em escândalos. Nesta quarta-feira, Demóstenes estará do outro lado. Deixa de ser algoz e passa a ser acusado.
Entra completamente enfraquecido num plenário composto por algumas de suas vítimas. Nessa terça-feira, o sentimento entre os senadores nos corredores da Casa era de que não haveria escapatória. Após nove anos e meio de mandato, o parlamentar goiano deve mesmo deixar o Senado pela porta dos fundos, apesar dos apelos emocionais que fez nessa terça-feira à Casa. "Demóstenes é página virada", resumiu o líder do governo, senador Eduardo Braga (PMDB-AM). Com informações da Agência Estado