A sessão do plenário do Senado começou na manhã desta quarta-feira, por volta das 10h, quando os senadores selaram, em sessão aberta e votação secreta, o destino político do homem acostumado a apontar o dedo da "ética" para colegas envolvidos em escândalos.
Nesta quarta-feira, Demóstenes esteve do outro lado. Deixou de ser algoz e passou a ser acusado. Entrou completamente enfraquecido em um plenário composto por algumas de suas vítimas. Nessa terça-feira, o sentimento entre os senadores nos corredores da Casa era de que não haveria escapatória.
O senador goiano deixou o Senado após nove anos e meio de mandato pela porta dos fundos, apesar dos apelos emocionais que fez da tribuna do Senado. Demóstenes experimentou o resultado da chamada "máquina de moer reputação", termo utilizado por ele mesmo para classificar o bombardeio de ataques que enfrentou nos últimos dias.
Sabendo da dificuldade extrema, numa última cartada para sensibilizar os seus pares na véspera da votação, o senador resolveu atacar em duas frentes. Enquanto falava mais uma vez para um plenário vazio em tom emocional, os seus advogados batiam de gabinete em gabinete. Entregaram a todos os senadores um memorial com os principais pontos de sua defesa.