O candidato Patrus Ananias (PT) apresentou nessa quinta-feira uma das suas propostas de campanha: a criação do Planejamento Participativo. “Precisamos ir além do Orçamento Participativo (OP) implantado em Belo Horizonte, o Planejamento Participativo”, explicou Patrus, durante a primeira reunião do conselho político, que se encontrará quinzenalmente para definir os rumos da campanha. O OP tem sido a maior polêmica da disputa até o momento. Enquanto integrantes do PT acusam o prefeito Marcio Lacerda (PSB) de ter reduzido o programa, o candidato à reeleição contra-ataca, dizendo que os petistas lotados na PBH boicotam o OP.
“Não quero fazer uma campanha em torno de polêmicas, mas com propostas”, afirma Patrus. O candidato explica que a ideia é incentivar a participação da população em assuntos como a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e o Plano Plurianual, que, na análise do candidato, direcionam o orçamento da capital. “O orçamento é feito com base nessas leis”, reforça.
Além disso, o ex-ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome considera importante que a população participe das decisões dos planos setoriais de diversas áreas da cidade, como saúde, educação, cultura e mobilidade urbana, e os planos de desenvolvimento regional. “Em todas essas áreas há uma perspectiva de pensar no futuro da cidade e é fundamental a mais ampla participação popular”, acredita o candidato.
Enquanto Patrus buscou apresentar propostas, coube ao vice-prefeito Roberto Carvalho (PT) o papel de atacar Lacerda. “Quem ficou três anos e meio sabotando a participação popular não pode dizer que vai fazer agora. Isso é uma tentativa desesperada”, atacou, se referindo à declaração do prefeito de que petistas estariam minando o OP.
Patrus entende que o uso de recursos tecnológicos para envolver a população no debate é importante, entretanto considera essencial a presença da população nas discussões. “O OP faz parte da construção de consensos e para isso é fundamental o debate público, que as pessoas se encontrem nas plenárias e grandes assembleias populares”, avalia.
De acordo com o candidato, quando esteve na prefeitura, entre 1993 e 1996, foi estabelecido um “marco divisório” e todos os governos seguintes vieram com a marca da sua administração. “Agora temos uma situação melhor, com recursos do governo federal, principalmente, com programas como o Bolsa-Família e o Minha casa, minha vida”, aponta o candidato, que foi o titular da pasta responsável pelo Bolsa-Família no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Reunião
A reunião do Conselho Político foi desfalcada de dois dos principais nomes: o senador Clésio Andrade (PMDB) e o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel (PT). A participação de ministros, segundo orientação do Planalto, está restrita aos horários de folga. O conselho, que conta com integrantes de todos os partidos que apoiam a candidatura de Patrus, conta também com deputados estaduais, federais e líderes dos partidos. Integrantes do PMDB relataram a insatisfação do partido, pois esperavam mais participação na campanha. O deputado federal Leonardo Quintão (PMDB) é um dos coordenadores.