Em maio, Paes e Malafaia estiveram no centro de uma polêmica. A prefeitura liberou R$ 2,48 milhões, em dinheiro público, para financiar a Marcha para Jesus, evento religioso que foi liderado Malafaia, também presidente do Conselho de Pastores do Estado do Rio de Janeiro. Era a sétima edição anual do evento, mas, segundo o religioso, a primeira que teve apoio da prefeitura. Na caminhada, o pastor anunciou que devolveria R$ 410 mil que não tinham sido gastos na organização do evento. "O povo de Deus é correto", afirmou na ocasião. Mas a relação entre Malafaia e o prefeito é anterior. Segundo o religioso, começou quando Paes ainda era secretário do então prefeito Cesar Maia (DEM) e se fortaleceu a partir da eleição do prefeito.
"Quando o Eduardo Paes foi candidato em 2008, estava em uma disputa acirrada com o (Fernando) Gabeira (PV)", disse Malafaia, recordando o segundo turno da eleição. "Observaram que o Gabeira apesar das suas posições sobre maconha e homossexualismo, tinha um índice enorme entre os evangélicos."
Paes, relatou o pastor, o procurou em casa, esperando que voltasse de uma viagem. "O senhor pode decidir essa eleição", teria dito o prefeito. Malafaia contou ter respondido dois dias depois. Gravou sua participação no horário eleitoral, pedindo votos e, desde então, houve um relacionamento mais estreito. "Falei com ele direto, nesses quatro anos", relata, elogiando a facilidade de acesso ao prefeito. Ele contou que, este ano, Paes o procurou novamente e disse: "Conto com vocês". Na semana passada, selaram o acordo.